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No Jubileu do mundo carcerário, Leão XIV ressalta: ‘de toda queda é possível se levantar’

Na celebração mais festiva do tempo do Advento – o domingo Gaudete, ou “Alegrai-vos” – o Papa Leão XIV acolheu na Basílica de São Pedro, no dia 14, representantes do mundo carcerário, entre detentos e pessoas que trabalham no sistema prisional. “Este, no Ano Litúrgico, é o domingo ‘da alegria’, que nos recorda a dimensão luminosa da espera: a confiança de que algo de bonito, de feliz, vai acontecer”, afirmou na homilia. 

“São muitos, de fato, que não entendem que de toda queda é possível se levantar, que nenhum ser humano coincide com o que fez e que a justiça é sempre um processo de reparação e reconciliação”, declarou o Pontífice. 

Promover a “âncora da esperança” no mundo carcerário é um grande desafio. “Deus é aquele que resgata, que libera”, e por isso a missão das pastorais carcerárias é tão importante, disse. “A prisão é um ambiente difícil e, também, os melhores propósitos podem encontrar obstáculos”, acrescentou, pedindo espírito de colaboração, tenacidade e coragem. 

“Quando, mesmo em condições difíceis, preservamos a beleza dos nossos sentimentos, a nossa sensibilidade, a nossa atenção às necessidades dos outros, o nosso respeito, a nossa capacidade de misericórdia e perdão, então, da terra fria do sofrimento e do pecado, desabrocham flores maravilhosas, e mesmo dentro dos muros das prisões, gestos, projetos e encontros únicos amadurecem na sua humanidade”, refletiu. 

OLHAR PARA JESUS 

A humanidade de Cristo é algo que deve servir de inspiração para os que vivem no ambiente prisional. É preciso, nesse sentido, “estabelecer uma civilidade fundada sobre novos critérios e, em última instância, sobre a caridade”, observou. 

Leão XIV listou algumas das grandes dificuldades atuais do mundo carcerário: superlotação, falta de compromisso em garantir programas estáveis de reintegração social e oportunidades de emprego. Além disso, há muitas “feridas a curar no corpo e no coração” de cada pessoa. É preciso alimentar uma “infinita paciência” quando se enfrenta a “tentação de desistir ou de deixar de perdoar”. 

“O Senhor, porém, acima de tudo, continua a repetir-nos que só uma coisa importa: que ninguém se perca e que todos possam ser salvos”, disse o sucessor do apóstolo Pedro. “Que todos sejam salvos! Isso é o que quer o nosso Deus, este é o seu reino, a isso mira o seu agir no mundo”, concluiu. 

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