No contexto do Sínodo sobre a Igreja sinodal, um novo documento foi organizado para dar respostas sobre a missão e a centralidade do Bispo de Roma, o Papa. Publicado na quinta-feira, 13, pelo Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o documento é intitulado “O Bispo de Roma. Primado e sinodalidade nos diálogos ecumênicos e nas respostas à encíclica Ut unum sint”.
Nas palavras do Cardeal Kurt Koch, Prefeito deste Dicastério, o texto “é fruto de um trabalho verdadeiramente ecumênico e sinodal de mais de três anos”, e resume 30respostas e pontos importantes de 50 outros documentos elaborados sobre a encíclica Ut unum sint (Que sejam um), publicada em 1995 por São João Paulo II.
“O Bispo de Roma” é um documento de estudo que apresenta, pela primeira vez, uma síntese das respostas à encíclica e dos diálogos sobre a questão do primado e da sinodalidade entre os cristãos. Ele também termina com uma proposta do Dicastério que identifica as sugestões mais significativas apresentadas para um exercício renovado do ministério de unidade do Bispo de Roma “reconhecido por ambos” (Ut unum sint 95).
O documento também sugere passos futuros para os diálogos teológicos, explica o Cardeal Koch. “Propõe, em particular, promover a recepção dos resultados dos diálogos a todos os níveis, e a ligação entre os diálogos – locais e internacionais, oficiais e não oficiais, bilaterais e multilaterais, orientais e ocidentais – com vista ao enriquecimento mútuo”, disse, na coletiva de apresentação do texto.
O Cardeal afirmou, ainda, que o primado do Bispo de Roma e a sinodalidade não são duas dimensões eclesiais concorrentes, mas “duas realidades mutuamente constitutivas”. Ele destacou também a necessidade de esclarecimento do vocabulário sobre o tema, tanto para os teólogos quanto para o povo de Deus.
Já o Cardeal Mario Grech, Secretário-geral do Sínodo, observou que se trata de uma oportunidade de aprofundar um tema de “fundamental importância para a vida da Igreja”. Como dizia a encíclica Ut unum sint, citou ele, “a comunhão plena e visível de todas as comunidades, nas quais, em virtude da fidelidade de Deus, habita o seu Espírito, é o desejo ardente de Cristo”.
