Diferentes, mas unidos. Assim resumiu o Papa Francisco o sentido da Solenidade de Pentecostes, celebrada no domingo, 31 de maio. “O Espírito Santo é aquele ‘um’ que nos coloca juntos, os diferentes”, afirmou, referindo-se às palavras do apóstolo Paulo, quando disse que “há muitos carismas diferentes, mas um só é o Espírito”. A festa que celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, após a ascensão de Cristo aos céus, e quando os primeiros discípulos se encontravam reunidos no cenáculo com sua mãe, é um dos principais ícones da unidade dos cristãos. “Jesus os havia deixado com suas diferenças e, agora, os une, ungindo-lhes com o Espírito Santo”, afirmou o Papa. “A união – daqueles diferentes – chega com a unção. Em Pentecostes, os apóstolos compreendem a força unificadora do Espírito.
O ESPÍRITO VEM ATÉ NÓS
Mesmo falando línguas diferentes e sendo tão diferentes entre eles, formam “um só povo de Deus”. Ainda hoje, disse o Papa, o Espírito Santo é o que realmente mantém a Igreja unida. “Temos diferenças, por exemplo, de opiniões, de escolhas, de sensibilidades”, comentou, alertando para a tentação de querer resolver diferenças “na espada”, isto é, com a violência. “[O Espírito] nos recorda que somos todos filhos amados de Deus, todos iguais nisso, mas todos diferentes. O Espírito vem até nós, com todas as nossas diferenças e misérias, para nos dizer que temos um só Senhor, Jesus, um só Pai, e que, por isso, somos todos irmãos”, recordou.
DOAR O QUE FOI RECEBIDO
Após receber o Espírito sobre eles, os apóstolos partem para anunciar sua experiência com Cristo. Sem uma estratégia, notou o Papa, estavam juntos no cenáculo, sem um plano. Mas “na Igreja, o Espírito garante a unidade a quem anuncia” e dá inspiração para que possam sair. “Os apóstolos vão, despreparados, se colocam em jogo, saem. Um só desejo os anima: doar aquilo que receberam”, observa, citando a Primeira Carta de São João: “Aquilo que recebemos e vimos, damos a vós”
