“Uma oferta que pode ser pequena em valor, mas tem um profundo valor simbólico: expressa amor e confiança no Santo Padre, Sucessor de Pedro. É um gesto concreto de proximidade à missão do Papa de levar o Evangelho e de espalhar a caridade e o amor por todas as partes do mundo”.
Assim é o Óbolo de São Pedro, tradicional coleta realizada anualmente em todo o mundo nas missas da Solenidade de São Pedro e São Paulo, no domingo, 29, e que é enviada pelas dioceses e arquidioceses à Santa Sé para compor o Fundo do Óbolo de São Pedro.
COMO SURGIU?
Desde os primórdios do Cristianismo, os fiéis buscam ajudar materialmente aqueles que se dedicam plenamente ao ministério de anunciar o Evangelho e cuidar dos mais necessitados em nome da Igreja.
No final do século VII, os anglo-saxões convertidos ao catolicismo sentiram-se profundamente ligados ao Bispo de Roma e passaram a enviar um apoio anual ao Santo Padre, o Denarius Sancti Petri (Esmola de São Pedro).
O Óbolo de São Pedro, entretanto, foi oficializado somente em 3 de agosto de 1871, pelo Papa Pio IX por meio da encíclica Saepe Venerabilis, na qual o Pontífice destaca os esforços de pobres e ricos em partilhar seus dons para aliviar a pobreza em diferentes partes do mundo e menciona que “uma copiosa e esplêndida coleção de vestes e utensílios sagrados nos foi dada, com a qual pudemos aliviar em todas as partes a miséria e a pobreza de tantas Igrejas”.
Ao longo dos anos, portanto, o Óbolo de São Pedro tem auxiliado os papas a contribuir com as inúmeras instituições de caridade que ajudam diretamente os mais necessitados, bem como se tornou uma maneira de os católicos apoiarem a missão evangelizadora e o serviço da Igreja universal, a partir das estruturas da Santa Sé.
INCIDÊNCIA
Em 2023, conforme o relatório anual do Óbolo, 236 projetos, em 76 países, foram apoiados com um montante total de 13 milhões de euros, permitindo ajuda direta a famílias, dioceses, paróquias e institutos religiosos em dificuldade, emigrantes e refugiados, afetados pelas guerras e a fome, comunidades impactadas pelas consequências das mudanças climáticas e pessoas que precisam de assistência humanitária.
Outros 90 milhões de euros foram usados para apoiar as atividades realizadas pela Santa Sé a serviço da missão apostólica do Papa, o que inclui iniciativas para a propagação do Evangelho, promoção do desenvolvimento humano integral, formação dos sacerdotes, diplomacia em favor da paz, verbas destinadas às necessidades de culto e à organização e manutenção das estruturas internas da Santa Sé.
Alguns exemplos concretos mais recentes da caridade do Papa foram o envio, em maio (ainda com a Sé Vacante), de um caminhão carregado de donativos para a cidade de Kharkiv, na Ucrânia, afetada por numerosos bombardeios russos; e uma doação financeira, feita em abril pelo Papa Francisco, para Mianmar, país que fora devastado, semanas antes, por um terremoto que deixou milhares de mortos, feridos, desabrigados e enormes danos materiais.
COMO CONTRIBUIR?
Para colaborar com o Óbolo de São Pedro, basta participar da coleta que ocorrerá em todas as missas de 29 de junho, bem como nas celebrações vespertinas do sábado, 28. Caberá a cada paróquia repassar o valor da coleta à arquidiocese/diocese, e esta fará o envio à Santa Sé.
Outra forma de contribuir, a todo tempo, é pelo site do Óbolo de São Pedro, no qual há acesso a todos os canais de doação: https://www.obolodisanpietro.va/it.html.
Em 2023, do total de doações para o Óbolo, 3,9% provieram do Brasil, a partir da coleta na Solenidade de São Pedro e São Paulo e de doações privadas. Somente os fiéis dos Estados Unidos (28,1%) e da Itália (6,4%) doaram mais do que os brasileiros.
