Os apelos de Leão XIV à Igreja, às famílias e ao mundo no 1º mês de pontificado

“Queremos ser uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha, uma Igreja que sempre busca a paz, que sempre busca a caridade, que sempre busca estar próxi­ma, especialmente daqueles que sofrem”. No primeiro mês de seu pontificado, Leão XIV, em muitas ocasiões, fez resso­ar este trecho de seu primeiro discurso como Papa, em 8 de maio. Leia a seguir trechos de alguns discursos do Pontífi­ce. Todos os pronunciamentos de Leão XIV podem ser lidos na íntegra em https://www.vatican.va

SINODALIDADE, ‘MODO COMO O ESPÍRITO MOLDA A IGREJA’
“Na tarde da minha eleição, olhando com emoção para o povo de Deus aqui reunido, lembrei-me da palavra ‘sino­dalidade’, que expressa muito bem o modo como o Espírito molda a Igreja. Nessa palavra, ressoa o syn – o “com” – que constitui o segredo da vida de Deus. Deus não é solidão. Deus é em si mes­mo “com” – Pai, Filho e Espírito Santo – e é Deus conosco. Ao mesmo tempo, sinodalidade recorda-nos o caminho – odós – porque onde está o Espírito, há movimento, há caminho. Somos um povo em caminho… Deus criou o mun­do para que pudéssemos estar juntos. ‘Sinodalidade’ é o nome eclesial desta consciência.”
(na Vigília de Pentecostes – 07/06)

AMOR E UNIDADE ECLESIAL
“Amor e unidade: estas são as duas dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro […] Irmãos e irmãs, gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e co­munhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado […] somos chamados a oferecer a todos o amor de Deus, para que se realize aquela unidade que não anula as diferenças, mas valoriza a histó­ria pessoal de cada um e a cultura social e religiosa de cada povo.”
(na missa do início do ministério petrino como Bispo de Roma – 18/05)

‘FRATERNIDADE PRESBITERAL’
“O presbítero é chamado a ser homem da comunhão, pois ele é o primeiro que a vive, alimentando-a continuamente. Sa­bemos que hoje esta comunhão é impedi­da por um clima cultural que favorece o isolamento ou a autorreferencialidade… devemos estar atentos porque, além do contexto cultural, a comunhão e a fra­ternidade entre nós encontram também alguns obstáculos, por assim dizer ‘inter­nos’, que dizem respeito à vida eclesial da diocese, às relações interpessoais e àquilo que habita no coração, sobretudo aquele sentimento de cansaço que se manifesta quando passamos por dificuldades parti­culares, porque não nos sentimos compre­endidos nem ouvidos, ou por outros moti­ vos. Gostaria de vos ajudar, de caminhar convosco, para que cada um recupere a serenidade no seu ministério; mas, preci­samente por isso, peço-vos um ímpeto na fraternidade presbiteral, que mergulha as suas raízes em uma sólida vida espiritual, no encontro com o Senhor e na escuta da sua Palavra.”
(ao clero da Diocese de Roma – 12/06)

UM CORPO DIPLOMÁTICO UNIVERSAL
“Em nenhum país no mundo exis­te um corpo diplomático tão universal como o nosso! Mas, ao mesmo tempo, penso que também se pode dizer que nenhum país do mundo tem um corpo diplomático tão unido como vós: pois a vossa, a nossa comunhão não é unica­mente funcional, nem apenas ideal, mas estamos unidos em Cristo e estamos uni­dos na Igreja.”
(aos núncios apostólicos e observadores permanentes – 10/06)

OS CARISMAS E O ENCONTRO COM CRISTO
“A instituição [Igreja] existe para que a graça seja sempre oferecida, os caris­mas são suscitados para que essa graça seja recebida e dê frutos. Sem os carismas, corre-se o risco de que a graça de Cristo, oferecida em abundância, não encontre terreno propício para a receber! […] Gra­ças aos carismas que deram origem aos vossos movimentos e comunidades, mui­tas pessoas aproximaram-se de Cristo, encontraram esperança na vida, descobri­ram a maternidade da Igreja e desejam ser ajudadas a crescer na fé, na vida co­munitária, nas obras de caridade e levar aos outros, por meio da evangelização, o dom recebido.”
(aos membros das associações de fiéis, movimentos e novas comunidades – 06/06)

JESUS, O ÚNICO SALVADOR
“Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo, ou seja, o único Salvador que revela o rosto do Pai. Nele, Deus, para se tornar próximo e acessível aos homens, revelou-se, nos olhos confiantes de uma criança, na mente viva de um jovem, na fisionomia madura de um homem. Até aparecer aos seus, após a Ressurreição com seu corpo glorioso. Mos­tra-nos, assim, um modelo de humanidade santa, que todos podemos imitar, junta­mente com a promessa de um destino eter­no, que ultrapassa todos os nossos limites e capacidades.”
(na 1ª missa após ser eleito papa – Santa Missa Pro Ecclesia – 09/05)

AOS JOVENS: ‘NÃO TENHAIS MEDO’
“É importante que os jovens encontrem, nas nossas comunidades, acolhimento, escuta e encorajamento no seu caminho vocacional, e que possam contar com mo­delos críveis de dedicação generosa a Deus e aos irmãos… E aos jovens eu digo: Não tenhais medo! Aceitai o convite da Igreja e de Cristo Senhor.”
(na oração do Regina Caeli – 11/05)

A TRANSMISSÃO DA FÉ E DA VIDA NA FAMÍLIA
“O casamento não é um ideal, mas a regra do verdadeiro amor entre o homem e a mulher; amor total, fiel, fecundo (cf. Humanae vitae, 9) […] encorajo-vos [esposos] a ser exemplos de coerência para os vossos filhos, com­portando-vos como quereis que eles se comportem, educando-os para a liber­dade por meio da obediência, procu­rando sempre os meios para aumentar o bem que existe neles. E vós, filhos, sede gratos aos vossos pais: dizer ‘obri­gado’ pelo dom da vida e pelos dons que recebemos todos os dias é a primeira forma de honrar o pai e a mãe (cf. Ex 20,12). Por fim, a vós, queridos avós e idosos, recomendo que cuideis daqueles que amais, com sabedoria e compaixão, com a humildade e a paciência que os anos ensinam. Na família, a fé é trans­mitida, de geração em geração, junta­mente com a vida.”
(no Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos – 01/06)

Pela paz e pelo fim dos conflitos

Também neste primeiro mês de pontificado, especialmente após as orações do Regina Caeli e nas audi­ências gerais de quarta-feira, o Papa fez veementes apelos pela paz. A bus­ca pelo fim de conflitos foi o tema em pauta também nas conversas de Leão XIV com Volodymyr Zelensky, pre­sidente da Ucrânia, em 18 de maio; com James David Vance, vice-pre­sidente dos Estados Unidos, no dia 19 do mesmo mês; e com Vladimir Putin, presidente da Rússia, por tele­fone, em 4 de junho.

“Peço a todos que se unam à oração pela paz na Ucrânia e onde quer que se sofra com a guerra. Da Faixa de Gaza, eleva-se cada vez mais intensamente ao Céu o pranto das mães e dos pais, que abraçam os corpos sem vida dos filhos e são continuamente forçados a deslocar­-se em busca de um pouco de alimento e de um abrigo mais seguro contra os bombardeamentos. Aos responsáveis, renovo o meu apelo: pelo cessar-fogo, pela libertação de todos os reféns, pelo respeito integral do direito humanitário!”
(na Audiência geral de 28/05)

“O caminho pela paz requer cora­ções e mentes treinados e formados para a atenção ao outro e capazes de reconhecer o bem comum no contex­to atual. O caminho que leva à paz é comunitário, passa pelo cuidado das relações de justiça entre todos os seres vivos.”
(na audiência com movimentos e associações da cidade de Verona – 30/05)

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