Na mensagem Urbi et Orbi, a atenção do Papa Francisco se voltou ao mundo marcado por conflitos e restrições impostas pelo coronavírus. Pontífice fez um apelo às autoridades mundiais por ampla vacinação dos povos
Neste domingo, 4, o Papa Francisco presidiu na Basílica de São Pedro a Santa Missa da Páscoa da Ressurreição do Senhor, com limitada presença de fiéis, em respeito as medidas sanitárias contra a proliferação do coronavírus.
Tradicionalmente nesta missa, o Pontífice não profere a homilia após a proclamação do Evangelho, mas reflete em silencio sobre o mistério da Ressurreição de Cristo entre os mortos.
Durante a Liturgia, o Papa recitou a oração eucarística mais antiga, usada no rito latino, e sua forma atual data de pelo menos o século VII.
Após a missa, o Pontífice concedeu a bênção Urbe et Orbi e falou aos fiéis de todo o mundo.
Vacinas, instrumentos essencial na luta contra a COVID-19
“A pandemia está ainda em pleno desenvolvimento; a crise social e econômica é muito pesada, especialmente para os mais pobres; apesar disso – e é escandaloso –, não cessam os conflitos armados e reforçam-se os arsenais militares”, disse o Pontífice na mensagem durante a bênção Urbi et Orbi.
O anúncio de Páscoa – destacou o Pontífice – traz em si – um acontecimento que dá a esperança: “O crucificado ressuscitou”, e as chagas de Jesus “são a chancela perene do seu amor por nós”.
Cristo ressuscitado, prosseguiu Francisco, é esperança para quem sofre devido à pandemia, para os doentes e para quem perdeu um ente querido, para os desempregados, para os médicos e enfermeiros.
Um instrumento essencial nesta luta, disse o Papa, são as vacinas. Por isso, ele exorta toda a comunidade internacional a um empenho comum para superar os atrasos na distribuição das doses e facilitar a sua partilha, especialmente com os países mais pobres.
Os países sedentos de paz
O Pontífice recordou que a pandemia elevou de maneira dramática o número dos pobres. Ele encorajou, de modo especial, o povo haitiano, “a fim de não se deixar vencer pelas dificuldades, mas olhar para o futuro com confiança e esperança”.
Jesus ressuscitado é esperança também para tantos jovens sem ir à escola ou à universidade. “Todos precisamos de viver relações humanas reais e não apenas virtuais.”
Manifestou, ainda, sua solidariedade aos jovens de Mianmar, “que se empenham pela democracia”.
A mensagem pascal é dirigida também aos migrantes que fogem da guerra e da miséria. E Francisco agradeceu aos países que acolhem, como Jordânia e Líbano, que enfrenta inclusive um “período de dificuldades e incertezas”.
O Papa citou ainda a Síria, o Iêmen, a Líbia, a Ucrânia, o Sahel e a Nigéria, bem como a região de Tigré e Cabo Delgado, em Moçambique.
“A Ressurreição leva-nos, naturalmente, a Jerusalém. Para ela imploramos do Senhor paz e segurança”, a fim de que israelenses e palestinos convivam lado a lado.
Citou também o Iraque, país que visitou em março e pelo qual reza “a fim de continuar o caminho de pacificação”.
“No mundo, há ainda demasiadas guerras, demasiada violência! O Senhor, que é a nossa paz, nos ajude a vencer a mentalidade da guerra”, foi o clamor do Papa.
Por fim, recordou os cristãos que não podem ir às missas por causa da pandemia. “Rezemos para que tais limitações, bem como toda a limitação à liberdade de culto e religião no mundo, sejam removidas e cada um possa livremente rezar e louvar a Deus.”
Esperança!
“À luz do Ressuscitado, os nossos sofrimentos são transfigurados. Onde havia morte, agora há vida; onde havia luto, agora há consolação. Ao abraçar a Cruz, Jesus deu sentido aos nossos sofrimentos. Feliz Páscoa para todos!”, concluiu o Pontífice.
Fonte: Vatican News