O riso provocado pelo humor não é jamais “contra alguém”, disse o Papa Francisco em um encontro com comediantes organizado pelo Dicastério para a Cultura e a Educação, na sexta–feira, 14, no Vaticano. “O humorismo não ofende, não humilha, não amarra as pessoas aos seus defeitos”, acrescentou, dizendo que os artistas do humor são capazes de produzir inclusão, proposição, abertura, simpatia e empatia.
“É possível rir também de Deus?”, questionou o Pontífice, tocando em um ponto delicado para muitos. “Claro, isso não é uma blasfêmia! Pode-se rir, como se brinca e se faz piada com as pessoas que amamos. A tradição sapiencial e literária hebraica é mestra nisso. Pode-se fazer [piada], mas sem ofender o sentimento religioso dos que creem, sobretudo dos pobres.”
A audiência, organizada no Palácio Apostólico, reuniu 107 artistas com o Papa, além de alguns oficiais do Vaticano. A grande maioria dos humoristas era italiana, mas, entre os brasileiros compareceram os atores Fabio Porchat, Cristiane Werson e Cacau Protásio.
Outras figuras muito conhecidas do público brasileiro são a atriz mexicana Florinda Meza García, a “Dona Florinda”, do seriado “Chaves”, e os artistas norte-americanos Whoopi Goldberg (que na foto cumprimenta o Papa), Julia Louis-Dreyfus e Chris Rock, entre outros.
Francisco afirmou que o talento de fazer humor é um “dom precioso”, pois é capaz de levar “paz aos corações de tantas pessoas, ajudando-as a superar as dificuldades e a suportar o estresse cotidiano”.
“Olho com respeito para vocês, artistas que se expressam com a linguagem da comédia, do humor e da ironia”, declarou. “Quanta sabedoria existe! Entre todos os profissionais que trabalham na televisão, no cinema, no teatro, na mídia impressa, na música, nas redes sociais, vocês estão entre os mais queridos, pro[1]curados, aplaudidos. Certamente porque vocês são bons no que fazem; mas há também outro motivo: vocês têm e cultivam o dom de fazer rir”.