Papa aos novos cardeais: que o título de ‘servidor’ ofusque cada vez mais o de ‘eminência’

Francisco escreveu uma carta de boas-vindas aos novos cardeais que serão criados no dia 8 de dezembro no Vaticano. Serão 21 novos cardeais entre eles o brasileiro Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS) e Presidente da CNBB e do Celam

Foto: Vatican Media

Na manhã do sábado, 12, o Vaticano publicou uma carta que o Papa Francisco enviou a todos os novos cardeais que serão criados no consistório de 7 de dezembro no Vaticano.

Francisco iniciou a carta recordando que com a criação cardinalícia passarão a fazer parte do clero de Roma e que “esta pertença exprime a unidade da Igreja e o vínculo de todas as Igrejas com a Igreja de Roma”.

Em seguida lançou um convite para que no cardinalato sejam encarnadas as três atitudes com as quais um poeta argentino – Francisco Luis Bernárdez – descreveu São João da Cruz, mas que também nos convêm: “olhos altos, mãos juntas, pés descalços”.

OLHAR MAIS LONGE COM AS MÃOS JUNTAS E PÉS DESCALÇOS

Explicando em seguida: “Olhos altos, porque o teu serviço vai exigir que amplies o teu olhar e expandas o teu coração, para poderes olhar mais longe e amar mais universalmente e com maior intensidade. Entrar na escola do Seu olhar – Bento XVI – que é o lado aberto de Cristo”.

Depois Francisco escreve: “Mãos juntas, pois a tua oração é o que mais a Igreja necessita – junto ao anúncio – para poder apascentar bem o rebanho de Cristo. A oração, que é o âmbito do discernimento para ajudar-me a buscar e a encontrar a vontade de Deus para o nosso povo, e para segui-la”.

Por fim o Santo Padre escreve sobre a terceira atitude com a qual foi descrito São João da Cruz: “Pés descalços, que tocam a aspereza da realidade de muitos rincões do mundo, embriagados de dor e sofrimento por causa das guerras, das discriminações, das perseguições, da fome e das numerosas formas de pobreza que exigirão de ti tanta compaixão e misericórdia”.

Concluindo o Santo Padre agradece a generosidade dos futuros cardeais confirmando suas orações por eles “a fim de que o título de ‘servidor’ – diácono – ofusque cada vez mais o de ‘eminência’”.

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