“Sinto muito não estar na Praça com vocês, mas é preciso tomar precauções”. Foi o que disse o Papa Francisco, dirigindo-se aos fiéis presentes na Praça São Pedro, em relação ao seu estado de saúde, no início da alocução que precedeu a oração mariana do Angelus. “Estou melhorando”, garantiu o pontífice.
Devido ao frio intenso, unido aos sintomas de um resfriado que se manifestaram nos últimos dias, no domingo, 22, o Papa Francisco conduziu a oração do Angelus na capela da Casa Santa Marta, também em vista dos compromissos da próxima semana, destacou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em um comunicado divulgado na tarde deste sábado por meio do Telegram.
Francisco em seguida recordou que o Evangelho do 4º domingo do Advento nos apresenta Maria que, após o anúncio do Anjo, visita Isabel, sua parente idosa, que também está esperando um filho. Trata-se, portanto, do encontro de duas mulheres felizes pelo extraordinário dom da maternidade: Maria acaba de conceber Jesus, o Salvador do mundo, e Isabel, apesar de sua idade avançada, carrega no ventre João, que preparará o caminho para o Messias
Francisco sublinhou que ambas as mulheres “têm muito com o que se alegrar, e talvez possamos senti-las distantes, protagonistas de milagres tão grandes, que normalmente não ocorrem em nossa experiência”. No entanto, a mensagem que o evangelista quer nos transmitir, poucos dias antes do Natal, é diferente. De fato, contemplar os sinais prodigiosos da ação salvífica de Deus não deve nos fazer sentir distantes Dele, mas nos ajudar a reconhecer a sua presença e o seu amor perto de nós, por exemplo, no dom de cada vida, de cada criança carregada no ventre pela sua mãe.
“Nenhuma criança é um erro”, enfatizou o Papa, dizendo que leu isso no programa “A Sua imagem”.
O Santo Padre, olhando para a Praça disse que ali havia certamente mães com seus filhos, e talvez houvessem algumas que estejam “grávidas”.
“Por favor, não fiquemos indiferentes à presença delas, aprendamos a nos maravilhar com sua beleza e, como fizeram Isabel e Maria, a beleza das mulheres grávidas. Abençoemos as mães e louvemos a Deus pelo milagre da vida!”, comentou.
“Eu gosto – eu gostava, porque agora não posso fazer isso – quando, na outra diocese, eu costumava pegar o ônibus, quando uma mulher que estava esperando entrava no ônibus, imediatamente lhe davam um lugar para sentar: é um gesto de esperança e respeito!”
Nestes dias, gostamos de criar uma atmosfera festiva com luzes, decorações e músicas natalinas. Lembremo-nos, porém, – continuou o Papa – de expressar sentimentos de alegria toda vez que encontrarmos uma mãe que leva seu filho nos braços ou no ventre. E quando isso acontecer, rezemos em nossos corações e também digamos, como Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre!”; cantemos como Maria: “A minha alma engrandece o Senhor”, para que toda maternidade seja abençoada, e em cada mãe do mundo seja agradecido e exaltado o nome de Deus, que confia aos homens e às mulheres o poder de dar vida às crianças!
Em seguida o Papa disse que iria abençoar os “Bambinelli” (imagens do Menino Jesus) que as crianças trouxeram. “Eu trouxe o meu, afirmou o Papa apontando para a imagem de um Menino Jesus sobre a mesa. Este – confidenciou -, foi-me dado pelo arcebispo de Santa Fé; foi feito pelos aborígenes equatorianos”.
Podemos nos perguntar, então, continuou Francisco: agradeço ao Senhor porque Ele se tornou homem como nós, para compartilhar em tudo, exceto o pecado, a nossa existência? Eu O louvo e O abençoo por cada criança que nasce? Quando encontro uma mamãe grávida sou gentil? Apoio e defendo o valor sagrado da vida dos pequeninos desde sua concepção no ventre materno?
O Santo Padre concluiu pedindo que Maria, a Bendita entre todas as mulheres, nos torne capazes de sentir admiração e gratidão diante do mistério da vida que nasce.
Fonte: Vatican News