Papa exorta a humanidade a reconhecer e usufruir os milagres da graça de Deus

“Oferecer, dar graças e partilhar”, três gestos realizados pelos protagonistas da multiplicação dos pães e dos peixes – narrada no Evangelho de João (cf. Jo 6, 1-15), e que Jesus voltará a repetir na Última Ceia.

Foto: Vatican Media

Dirigindo-se as milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, sob uma temperatura de 36°C, Francisco explicou o significado de cada um dos três gestos, a começar por “oferecer”, que “é o gesto com o qual reconhecemos ter algo de bom para dar e dizemos o nosso “sim”, mesmo que o que temos seja pouco em relação às necessidades”.

“Isto é sublinhado, na Missa, quando o sacerdote oferece sobre o altar o pão e o vinho, e cada um oferece a si mesmo, a própria vida. É um gesto que pode parecer pouca coisa, se pensarmos nas imensas necessidades da humanidade, precisamente como os cinco pães e os dois peixes diante de uma multidão de milhares de pessoas; mas Deus faz disso a matéria para o milagre, o maior milagre que existe: aquele em que Ele mesmo, Ele mesmo, se torna presente entre nós, para a salvação do mundo”, disse.

DAR GRAÇAS

E o primeiro gesto, leva à compreensão do segundo, dar graças, que significa dizer ao Senhor com humildade, mas também com alegria.

“Tudo o que tenho é dom teu Senhor, e para te agradecer só posso devolver-te o que por primeiro me deste, junto com teu Filho Jesus Cristo, acrescentando a isso o que posso, cada um de nós pode acrescentar alguma coisa. O que posso dar ao Senhor? O que o pequeno pode dar ao Senhor? Dar…dizer ao Senhor: ‘Te amo’. Mas nós, pobrezinhos, o nosso amor é tão pequeno, mas dá-lo ao Senhor, o Senhor o recebe”.

PARTILHAR

Por fim, o terceiro gesto, partilhar: “Na Missa, é a Comunhão, quando juntos nos aproximamos do altar para receber o Corpo e o Sangue de Cristo: fruto do dom de todos, transformado pelo Senhor em alimento para todos”.

“É um momento belíssimo, o da Comunhão, que nos ensina a viver cada gesto de amor como um dom de graça, tanto para quem a dá como para quem a recebe”.

Diante disso, o Papa convida à reflexão: “Acredito realmente, pela graça de Deus, de ter algo único para dar aos meus irmãos, ou sinto-me anonimamente ‘um entre tantos’? Sou protagonista de um bem a ser doado? Sou agradecido ao Senhor pelos dons com os quais Ele continuamente manifesta a mim o seu amor? Vivo a partilha com os outros como um momento de encontro e de enriquecimento recíproco?”

“Que Virgem Maria – disse ao concluir – nos ajude a viver com fé cada Celebração Eucarística e a reconhecer e usufruir todos os dias os ‘milagres’ da graça de Deus”, afirmou.

O ESCÂNDALO DAS ARMAS

A população do sul da Etiópia está nas orações do Papa, que nas suas saudações, depois de rezar o Angelus, se dirige àquela parte do mundo que sofre em função de um deslizamento de terras no passado dia 23 de julho, e que deixou ao menos 260 mortos.

Francisco dirige seu olhar para o país do Chifre da África para depois estender o seu abraço a todas as pessoas que são afetadas pelos desastres naturais, enquanto há aqueles que lucram com os conflitos:

“Asseguro a minha oração pelas vítimas do grande deslizamento de terras que devastou um vilarejo no sul da Etiópia. Estou próximo daquela população tão provada e daqueles que estão levando socorro. E enquanto no mundo há tanta gente que sofre com calamidades e a fome, continua-se a produzir e vender armas e a queimar recursos, alimentando guerras grandes e pequenas. Este é um escândalo que a comunidade internacional não deveria tolerar e que contradiz o espírito de fraternidade dos Jogos Olímpicos que apenas começaram. Não esqueçamos, irmãos e irmãs: a guerra é uma derrota!”.

Fonte: Vatican News

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários