“Quanto nos faz mal o fechamento do coração!”, disse o Papa Francisco durante a oração do Angelus, no domingo, 11. “Às vezes, isso pode acontecer na nossa vida e na nossa oração, prestemos atenção.” Fé e oração ajudam a “abrir a mente e o coração”, ensinou o Pontífice. “Quando se encontra uma pessoa que é fechada na mente, na oração, essa fé e essa oração não são verdadeiras.”
Na ocasião, ele comentava a passagem do Evangelho segundo São João (6,41-51), em que Jesus se apresenta como o “pão descido dos céus” e os fariseus não acreditam Nele; afinal, era simplesmente o “filho do carpinteiro” José.
Esses judeus respeitavam todas as leis de sua religião, davam esmolas, faziam jejuns e observavam os tempos de oração, mas, conforme descreveu Francisco, não conseguiam reconhecer em Cristo o Messias, até mesmo diante dos milagres que vinha realizando. Buscavam Deus somente para “encontrar confirmação dos próprios pensamentos”, explicou.
“Eles sequer pediam a Jesus uma explicação. Limitavam-se a murmurar contra Ele, como que para se assegurar entre eles sobre o que lhes convence, e se fecham, são fechados em uma fortaleza impenetrável. E não conseguem crer”, descreveu.
Esse “fechamento do coração” e apego excessivo às regras e às próprias certezas que demonstraram os fariseus pode ser nocivo ainda hoje, disse o Papa. “Em vez de nos colocarmos à escuta daquilo que o Senhor realmente tem a nos dizer, buscamos Dele e dos outros somente uma confirmação do que nós já pensamos, uma confirmação das nossas convicções, dos nossos juízos, que são preconceitos”, declarou.
O comportamento mais apropriado para os cristãos é o de se direcionar a Deus simplesmente para encontrá-Lo, “encontrá-Lo de verdade”, disse o Papa, abrindo-se “ao dom da sua luz e da sua graça, para crescer no bem, para fazer a sua vontade e para superar os fechamentos e as dificuldades”.