Na oração do Angelus da Solenidade da Epifania, na quinta-feira, 6, o Papa Francisco convidou os fiéis reunidos na Praça São Pedro a contemplarem o episódio bíblico da visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. No Brasil, esta solenidade litúrgica foi celebrada no domingo, 2.
“São guiados pelo sinal prodigioso de uma estrela e quando finalmente chegam ao seu destino, em vez de encontrar algo grandioso, veem uma criança com sua mãe”, recordou o Pontífice, acrescentando que os Magos poderiam ter protestado: “‘Todo este caminho e todos estes sacrifícios para estar diante de uma criança pobre?’ No entanto, eles não se escandalizam, não ficam decepcionados. Não reclamam, mas se prostram e o adoraram”.
O Santo Padre recordou que é um gesto humilde os dos magos, que “se prostram diante da lógica sem precedentes de Deus… acolhem o Senhor não como o imaginavam, mas como ele é, pequeno e pobre”. E completou: “A prostração deles é o sinal daqueles que colocam de lado suas próprias ideias e dão espaço a Deus”.
Necessitados da salvação
“Entendamos esta indicação: a adoração vai acompanhada com a prostração. Ao realizar este gesto, os Magos mostram que acolhem com humildade aquele que se apresenta na humildade. E é assim que se abrem à adoração de Deus. Os cofres que abrem são uma imagem de seu coração aberto: a verdadeira riqueza deles não consiste em fama e sucesso, mas em humildade, em seu considerar-se necessitados da salvação”, afirmou Francisco.
“Se não abandonarmos nossas pretensões, as vaidades, as obsessões, nosso esforço para ser sempre o primeiro, podemos até mesmo adorar alguém ou algo na vida, mas não será o Senhor!”, enfatizou o Papa.
O Bispo de Roma sublinhou, ainda, que adoração passa pela humildade do coração. “Aqueles que têm a vontade de superar os outros, não percebem a presença do Senhor”, completou.
“Olhando para eles [os Magos], hoje nos perguntamos: como está minha humildade? Estou convencido de que o orgulho está impedindo meu progresso espiritual? Será que sei colocar de lado meu próprio ponto de vista para abraçar o de Deus e dos outros? E, por fim: eu rezo e adoro somente quando preciso de algo, ou faço isso constantemente porque acredito que sempre preciso de Jesus?”, indagou o Pontífice.
Por fim, o Santo Padre pediu: “Que a Virgem Maria, serva do Senhor, nos ensine a redescobrir a necessidade vital da humildade e o gosto vivo da adoração”.
Fonte: Vatican News