
No domingo, 2, o Papa Leão XIV presidiu a celebração da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos no Cemitério Monumental Verano, em Roma, um dos mais antigos e simbólicos da capital italiana. Cerca de 2 mil pessoas foram ao local, com mais de 80 hectares e considerado um museu a céu aberto. Antes da missa, o Pontífice depositou rosas brancas sobre um túmulo, gesto de homenagem a todos os falecidos.
Na homilia, ressaltou a comunhão entre vivos e mortos, partilhando o sentido de recordar com ternura os entes queridos, cuja presença permanece na “memória do coração”. Recordar os falecidos, afirmou, é manter viva uma ligação que continua a iluminar a vida presente. Reforçou, ainda, que o “Dia de Finados” deve ser vivido não apenas como lembrança do passado, mas como ato de esperança “fundada na Páscoa de Cristo”, que nos conduz ao “porto seguro prometido por Deus”, no qual, reunidos com o Senhor e os nossos, participaremos da alegria eterna.


O Papa destacou que essa esperança não é ilusão nem consolo superficial, mas certeza enraizada na Ressurreição de Jesus, que venceu a morte e abriu-nos a plenitude da vida. A vida cristã, disse, é um encontro de amor, vivido na caridade, especialmente com os mais fracos e pobres, e esse caminho nos une aos falecidos “na alegria da eternidade”. E exortou: “Confiemo-nos à esperança que não engana; olhemos para Cristo Ressuscitado e pensemos nos nossos falecidos revestidos de sua luz; deixemos ressoar em nós a promessa da vida eterna”.
FÉ NO RESSUSCITADO

Na manhã da segunda-feira, 3, o Papa celebrou na Basílica de São Pedro missa em sufrágio pelo Papa Francisco e pelos cardeais e bispos falecidos durante o último ano.
“Com grande afeto, a oferecemos pela alma eleita do Papa Francisco, que faleceu após abrir a Porta Santa e conceder a Bênção Pascal”, disse Leão XIV. Ele acrescentou que, graças ao Jubileu, esta primeira celebração adquire um “sabor especial: o sabor da esperança cristã”.
Meditando sobre o trecho dos discípulos de Emaús, o Papa explicou que a esperança pascal nasce do encontro com o Ressuscitado. O ponto de partida é a dor provocada pela morte, mas Cristo transforma o luto em promessa: ao tomar o pão, bendizê-lo e parti-lo, os olhos dos discípulos se abrem, floresce a fé e nasce nova esperança. Essa esperança, afirmou, não é humana, mas fundada unicamente no fato de que o Crucificado ressuscitou e se manifestou às mulheres, a Simão e aos discípulos. Assim, o amor de Cristo “transfigurou a morte: de inimiga, tornou-a irmã”.
Recordando o Papa Francisco, disse que ele e os pastores falecidos “viveram, testemunharam e ensinaram esta esperança nova, pascal”. Ao final do dia, em caminho para Castel Gandolfo, Leão XIV visitou a Basílica de Santa Maria Maior, onde rezou diante do túmulo de Francisco e do ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, confiando à Mãe de Deus a Igreja e todos os fiéis defuntos.





