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Papa Leão XIV inicia pontificado pedindo que a Igreja seja sinal de ‘amor e unidade’ para o mundo

Vatican Media

“A Leão, Romano Pontífice, que reú­ne os povos em unidade com a doutrina, e na caridade: ao Pastor, a graça e a obe­diência do rebanho”, diz o canto de en­trada Laudes Regie da missa de início de pontificado celebrada no domingo, 18.

Novo sucessor de São Pedro, o Papa Leão XIV recebeu as insígnias papais: o anel do pescador e o pálio, faixa de lã colocada sobre os ombros, símbolos que representam a autoridade e centralidade do Papa para toda a Igreja Católica.

Assim como o apóstolo pescador, ele afirmou que gostaria de ser para a Igreja um sinal visível de “amor e unidade”, de modo que ela mesma o seja para o mun­do de hoje.

A BUSCA DA UNIDADE

“Amor e unidade são as duas dimen­sões da missão confiada a Pedro por Je­sus”, declarou o Papa na homilia. Pedro experimentou na própria vida “o amor incondicional de Deus, também na hora do fracasso e da renegação”.

Ele disse que seu primeiro “gran­de desejo” é uma “Igreja unida, sinal de unidade e de comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado”.

“Em nosso tempo, ainda vemos mui­ta discórdia, muitas feridas causadas por ódio, violência, preconceito, medo do diferente, um paradigma econômico que explora recursos da Terra e marginaliza os mais pobres. E queremos ser, dentro desta massa, um pouco de fermento de unidade, comunhão, fraternidade. Que­remos dizer ao mundo, com humildade e alegria: olhe para Cristo! Chegue mais perto Dele!”, exortou o Pontífice.

‘SERVIR À FÉ DOS IRMÃOS’

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Após a Ressurreição de Cristo, cor­responde aos apóstolos a missão de ser “pescadores de homens”, recordou o San­to Padre. “É deles o dever de jogar, sem­pre e novamente, a rede para imergir nas águas do mundo a esperança do Evan­gelho, navegar no mar da vida para que todos possam reencontrar-se no abraço de Deus”, refletiu.

Pedro não é chamado para reinar so­bre os outros nem para ser o “timoneiro solitário” de sua barca, mas para “servir à fé dos irmãos, caminhando junto a eles; todos, de fato, somos constituídos ‘pedras vivas’”, disse o Papa, em referên­cia à passagem bíblica 1Pd 2,5. Somos chamados, “com o nosso Batismo, a construir o edifício de Deus na comu­nhão fraterna, na harmonia do Espírito, na convivência das diversidades”.

Sobre sua eleição à Sé de Pedro, Leão XIV declarou: “Fui escolhido sem ne­nhum mérito e, com temor e tremor, ve­nho a vocês como um irmão que quer se fazer servo da sua fé e da sua alegria, ca­minhando sobre a via do amor de Deus, que nos quer todos unidos em uma úni­ca família”.

E continuou: “Somos chamados a oferecer o amor de Deus a todos, para que Ele realize aquela unidade que não anula as diferenças, mas valoriza a histó­ria pessoal e a cultura social e religiosa de cada povo.”

RITOS DA CELEBRAÇÃO

Como evidência dessa unidade, a ce­lebração teve início com uma procissão ao túmulo do apóstolo Pedro, momento em que o novo Papa foi acompanhado por representantes da Igreja no Oriente. O Evangelho (Jo 21,15-19) foi lido tanto em latim quanto em grego.

Durante a celebração eucarística, após a proclamação do Evangelho, os ritos es­pecíficos do início do pontificado: a impo­sição do Pálio, pelo Cardeal Mario Zenari, com uma oração recitada pelo Cardeal Fridolin Ambongo Besungu, OFMCap.; a entrega do Anel do Pescador, pelo Car­deal Luis Antonio Tagle; e a obediência prestada ao Santo Padre por três cardeais em nome de todo o Colégio Cardinalício: o Cardeal Frank Leo (para a América do Norte); o Cardeal Jaime Spengler, OFM (para a América do Sul); e o Cardeal John Ribat, MSC (pela Oceania).

Em representação do povo de Deus, um grupo de pessoas prestou obediên­cia ao Santo Padre: Dom Luis Alberto Barrera, MCCJ, Bispo de Callao (Peru); o Padre Guillermo Inca Pereda; o Diá­cono Teodoro Mandato; a Irmã Oonah O’Shea, presidente da União Interna­cional das Superioras Gerais; o Padre Arturo Sosa, SJ, presidente da União dos Superiores Gerais; o casal Rafael Santa Maria e Ana María Olguín; e os jovens Josemaria Diaz e Sheyla Cruz.

Entre os líderes de Estado presentes, participou o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin. Também os Estados Unidos, país de nascimento do novo Pontífice, enviou seu vice-presidente, J.D. Vance. Já o Peru, onde o então sacer­dote e bispo agostiniano Robert Francis Prevost esteve por cerca de 20 anos de sua vida pastoral, enviou a presidente Dina Boluarte. A Itália foi representada, entre outras autoridades, pelo presidente Sergio Mattarella e pela primeira-minis­tra Giorgia Meloni.

Todos os líderes de Estado cumpri­mentaram o Papa após a missa no in­terior da Basílica de São Pedro. Antes, ainda na praça, o Pontífice rezou com a multidão de 200 mil fiéis a oração ma­riana do Regina Caeli, reforçou o apelo pelo fim dos conflitos e fez memória do falecido Papa Francisco.

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