
Refletindo sobre o Evangelho do 16º Domingo do Tempo Comum, no dia 20, o Papa Leão XIV afirmou que serviço e escuta são duas dimensões centrais para manter um espírito de acolhimento e hospitalidade. As palavras foram orientadas pelo relato bíblico (cf. Lc 10,41) que conta as diferenças entre as irmãs Marta e Maria, amigas de Jesus, e o Seu comportamento diante delas. Enquanto Marta se ocupava com as coisas da casa e reclamava por não ter a ajuda de Maria, durante uma visita de Jesus, sua irmã se colocava aos pés do Mestre para escutá-Lo atentamente.
“Tanto servir quanto ouvir nem sempre é fácil: exigem comprometimento, a capacidade de renúncia”, disse o Pontífice. “Mas é somente dessa forma, com esses esforços, que se constrói algo bom na vida; é somente dessa forma que nascem e crescem relacionamentos autênticos e fortes entre as pessoas, e que, a partir de baixo, da vida cotidiana, o Reino de Deus cresce, se espalha e é vivenciado presentemente”, completou.
A missa foi realizada na Catedral de Albano, nos arredores de Roma. Nas últimas duas semanas, o Pontífice esteve hospedado em Castel Gandolfo, vilarejo onde se localiza a residência de verão papal.
AÇÃO E CONTEMPLAÇÃO
“Seria errado ver essas duas atitudes [de Marta e Maria] como opostas uma à outra, bem como fazer comparações de mérito entre as duas mulheres. Servir e ouvir, na verdade, são dimensões gêmeas da hospitalidade”, disse, ainda. Da mesma forma, na relação com Deus, é preciso construir espaços para um diálogo interior, que depois se expressa na vida em comunidade, socialmente.
“Embora seja de fato importante que vivamos a nossa fé na concretude da ação e na fidelidade aos nossos deveres, de acordo com o estado e a vocação de cada um, é também fundamental que o façamos a partir da meditação da Palavra de Deus e da atenção ao que o Espírito Santo sugere ao nosso coração, reservando, para esse fim, momentos de silêncio, momentos de oração, momentos em que, silenciando o barulho e as distrações, nos reunimos diante Dele e fazemos a unidade dentro de nós mesmos”, observou.
Leão XIV comentou que o exemplo de Marta e Maria “nos convida a conciliar, em nossos dias, contemplação e ação, descanso e cansaço, silêncio e trabalho, com sabedoria e equilíbrio, tendo sempre como parâmetro a caridade de Jesus, como luz Sua Palavra e como fonte de força Sua graça, que nos sustenta além de nossas próprias possibilidades”.