Papa no Domingo de Pentecostes: ‘Forte e gentil’, assim age o Espírito Santo

“Força e gentileza” são duas características da ação do Espírito Santo na Igreja, disse o Papa Francisco na missa do Domingo de Pentecostes, 19, o sétimo domingo após a Páscoa, encerrando, assim, o tempo pascal. A celebração foi presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro.

Fotos: Vatican Media

Em sua pregação, ele falou de como a Igreja deve se orientar e inspirar pelo Espírito Santo, e não só pela ação e pelo pensamento humanos.

“A ação do Espírito em nós é forte”, afirmou o Pontífice em sua homilia. “Isso é importante porque sem esse poder, sozinhos, não conseguimos derrotar o mal”, acrescentou. Se abandonados a nós mesmos, puramente guiados pela nossa liberdade, tendemos a desenvolver um coração “árido, rígido e gélido”, refletiu Francisco.

“O Espírito nos dá força para vencer, mas é também delicado. Fala-se de ‘unção’ do Espírito, ele nos unge, está conosco. Entra em nós e nos transforma”, disse. Os que recebem os dons do Espírito no Batismo e na Confirmação, continuou, “podem agir com a mesma força e a mesma gentileza”.

Em vez de se guiar por “cálculos e espertezas” típicas do mundo, é possível se render à “força do Espírito”, que é suave e amorosa, mas permite decisões e gestos corajosos – conforme narrado nos Atos dos Apóstolos.

“Por isso, não desistimos, mas continuamos a falar de paz a quem quer a guerra, de perdão a quem semeia vingança, de acolhimento e solidariedade a quem tranca as portas e ergue barreiras, de vida a quem escolhe a morte, de respeito a quem gosta de humilhar, insultar e descartar, de lealdade a quem rejeita qualquer vínculo, confundindo liberdade com um individualismo superficial, opaco e vazio. Sem nos deixarmos amedrontar pelas dificuldades, zombarias e oposições que, hoje como ontem, nunca faltam na vida apostólica”, afirmou.

E Francisco rezou: “Vinde, Espírito Criador, iluminai as nossas mentes, enchei da vossa graça os nossos corações, guiai os nossos passos, dai ao nosso mundo a vossa paz.”  Ele convocou a Igreja a se deixar tocar pelo “Espírito consolador”, aquele que “com sabedoria, delicadeza e gratidão acolhe e encoraja todo o esforço para construção do seu Reino”.

Ao mesmo tempo em que se deve anunciar a verdade e a esperança “com essa força”, o anúncio “deve ser gentil, deve chegar a todos”, acrescentou o Santo Padre. “Não esquecemos, temos que chegar e trazer todos, todos, todos. O Espírito nos dá a gentileza para acolher a todos.”

Além disso, o Pontífice recordou que a esperança que vem do Espírito Santo “não é só otimismo”. Mais do que isso, “a esperança é a âncora que nos dá estabilidade, força. Não há outro caminho na vida.”

O Papa Francisco reconheceu que nem sempre é fácil alimentar e sustentar a esperança, mas, com a ajuda do Espírito Santo, “sabemos que não estamos sozinhos, com seus dons, podemos, juntos, percorrer essa estrada e torná-la mais fácil de percorrer também para os outros.”

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