Papa: ‘Nossa oração abraça todos os povos que sofrem com a guerra’

Disse Leão XIV após entoar o canto do Regina Caeli, no 6º Domingo da Páscoa

Fotos: Vatican Media

Uma multidão entusiasmada rezou com o Papa Leão XIV a oração do Regina Caeli, que foi entoada pelo Pontífice pela primeira vez da janela do Palácio Apostólico.

Depois de conceder a bênção apostólica, o Santo Padre recordou a beatificação em Poznań, na Polônia, no sábado, 24, do Padre Stanisław Kostka Streich, sacerdote diocesano assassinado por ódio à fé em 1938, porque a sua obra em favor dos pobres e dos operários incomodava os partidários da ideologia comunista. “Que o seu exemplo possa estimular em particular os sacerdotes a viverem generosamente pelo Evangelho e pelos irmãos”, foram os votos de Leão XIV.

O Pontífice recordou ainda no sábado, memória litúrgica da Bem-aventurada Maria Auxílio dos Cristãos, a celebração do Dia de oração pela Igreja na China, instituída pelo Papa Bento XVI. Nas igrejas e nos santuários na China e em todo o mundo se elevaram orações a Deus como sinal da solicitude e do afeto pelos católicos chineses e e de sua comunhão com a Igreja universal.

“Que a intercessão de Maria Santíssima obtenha para eles e para nós a graça de sermos testemunhas fortes e alegres do Evangelho, mesmo em meio às provações, para promover sempre a paz e a harmonia”, afirmou o Pontífice.

Esses mesmos sentimentos o inspiraram a citar quem padece com os conflitos:

ATENÇÃO AOS POVOS EM GUERRA

“A nossa oração abraça todos os povos que sofrem por causa da guerra. Invoquemos coragem e perseverança para quem trabalha no diálogo e na busca sincera da paz”, rezou o Papa.

Leão XIV também mencionou seu predecessor Francisco e os 10 anos da Encíclica Laudato si’, dedicada ao cuidado da casa comum. Este documento, afirmou, teve uma extraordinária difusão, inspirando inúmeras iniciativas e ensinando todos a ouvir o dúplice grito da Terra e dos pobres. “Saúdo e encorajo o movimento Laudato si’ e todos aqueles que levam avante este compromisso.” 

O SENHOR NÃO SE ENVERGONHA DA NOSSA HUMANIDADE

Antes de recitar a oração do Regina Caeli, o Papa saudou os fiéis, agradecendo-lhes o afeto que têm demonstrado a ele nesses primeiros dias de pontificado, pedindo que o continuem apoiando com oração e proximidade.

“Sentimo-nos por vezes inadequados para tudo aquilo a que o Senhor nos chama, tanto no percurso da vida como no caminho da fé. Mas o Evangelho deste domingo (cf. Jo 14,23-29) diz-nos que não devemos olhar para as nossas forças, mas para a misericórdia do Senhor que nos escolheu, certos de que o Espírito Santo nos guia e nos ensina todas as coisas”.

O Pontífice explicou que Jesus liberta os discípulos de toda a angústia e preocupação na véspera da sua morte, anunciando a eles o dom do Espírito Santo: “Com efeito, se permanecermos no seu amor, Ele vem morar em nós, a nossa vida torna-se templo de Deus e este amor ilumina-nos, abre caminho no nosso modo de pensar e nas nossas escolhas, a ponto de se estender também aos outros e iluminar todas as situações da nossa existência”.

Este habitar de Deus em nós, prosseguiu, é precisamente o dom do Espírito Santo, que nos toma pela mão e nos faz experimentar, também na nossa vida cotidiana, a presença e a proximidade de Deus, fazendo de nós a sua morada.

“Olhando para a nossa vocação, para as realidades e as pessoas que nos foram confiadas, para os compromissos que assumimos, para o nosso serviço na Igreja, é belo que cada um de nós possa dizer com confiança: embora eu seja frágil, o Senhor não se envergonha da minha humanidade, pelo contrário, vem habitar em mim. Acompanha-me com o seu Espírito, ilumina-me e faz de mim um instrumento do seu amor para os outros, a sociedade e o mundo.”

Sobre o fundamento desta promessa, o convite de Leão XIV é para caminhar na alegria da fé, para ser templo santo do Senhor, esforçando-se para levar o seu amor a toda a parte. Cada irmã e cada irmão é a morada de Deus, cuja presença se revela sobretudo nos mais pequenos, nos pobres e nos que sofrem, exigindo que sejamos cristãos atentos e compassivos.

O Pontífice concluiu confiando todos à intercessão de Maria Santíssima: “Por obra do Espírito, Ela tornou-se ‘morada consagrada a Deus’. Com Ela, também nós podemos experimentar a alegria de acolher o Senhor e de ser sinal e instrumento do seu amor”.

Fonte: Vatican News

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