Pessoas solitárias, ansiosas com relação ao futuro, preocupadas com a família, sem dinheiro e sem trabalho. A missa do Papa Francisco no 3º Domingo da Páscoa, 26, foi dedicada especialmente “a todas as pessoas que sofrem a tristeza” neste período de pandemia do novo coronavírus.
O Papa vem celebrando a missa diariamente na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, onde vive. As cerimônias são transmitidas pela internet. Neste domingo, ele dedicou sua pregação ao trecho do Evangelho de Lucas que conta o encontro de Jesus com os discípulos de Emaús.
Caminha conosco
“Vemos que bem nesta passagem que Jesus respeita a nossa própria situação, não passa adiante”, refletiu, referindo-se à ideia de que Jesus caminhava com o discípulos mesmo sem ser reconhecido, na direção oposta à da cidade de Jerusalém. “Vai lentamente, respeitoso dos nossos tempos. É o Senhor da paciência.”
“O Senhor caminha ao nosso lado, como vimos com esses dois discípulos. Escuta nossas inquietudes, as conhece, e a um certo ponto diz alguma coisa”, acrescentou. O Papa lembrou, ainda, uma antiga “regra” dos peregrinos: a de caminhar no ritmo da pessoa mais lenta do grupo. Ele disse que Jesus também é assim.
Mas quando chega o momento propício, Jesus nos interpela, disse o Papa. “Do que vocês falam?”, questionou aos discípulos de Emaús e, só depois de escutar, respondeu e se revelou a eles.
Do “si” ao “sim”
“Nós encontramos Jesus no escuro das nossas dúvidas, até mesmo no escuro dos nossos pecados, Ele está ali para nos ajudar, nossas inquietações… é sempre conosco”, disse na missa. “O Senhor nos acompanha porque tem vontade de nos encontrar.”
No mesmo dia, após a oração do Regina Coeli (Rainha dos Céus), o Papa acrescentou que é possível superar a tristeza pensando numa realidade mais ampla, que é a ressurreição de Cristo, e não somente nos problemas individuais. “Encontrando Jesus é possível passar do ‘eu’ a ‘Deus’, do ‘si’ ao ‘sim’”, declarou.