Semana Santa é marcada pelas últimas meditações e homilias do Papa

Vatican Media

Quem poderia imaginar que um dia após desejar feliz Páscoa aos fiéis reuni­dos na Praça São Pedro, no domingo, 20, e dar a bênção “Urbi et Orbi” (para a ci­dade de Roma e para o mundo), o Papa Francisco retornaria à Casa do Pai, aos 88 anos de idade.

Desse modo, as homilias do Pontífice para a Missa do Crisma, na Quinta-feira Santa, 17; para a Vigília Pascal, no sába­do, 19; e para a missa do Domingo de Páscoa, bem como as meditações para a Via-Sacra no Coliseu, na Sexta-feira da Paixão, 18, agora ressoam como suas últimas mensagens de fé e esperança à Igreja e ao mundo.

‘O AMOR VENCEU O ÓDIO. A LUZ VENCEU AS TREVAS’

Na Mensagem “Urbi et Orbi”, o Pon­tífice destacou que pela Ressurreição de Jesus, “o amor venceu o ódio; a luz ven­ceu as trevas; a verdade venceu a mentira; o perdão venceu a vingança”. Ele também fez um apelo aos responsáveis políticos para que não cedam à lógica do medo, ao uso das armas, mas que se empenhem em ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favore­çam o desenvolvimento. “Neste dia, gos­taria que voltássemos a ter esperança e confiança nos outros” e “a ter esperança de que a paz é possível!”, afirmou.

Na homilia da missa do Domingo de Páscoa, o Papa enfatizou que Cristo Ressuscitado não é um herói do passa­do nem uma estátua no museu, mas que está em toda a parte, “habita no meio de nós, esconde-se e revela-se ainda hoje nos irmãos que encontramos pelo cami­nho, nas situações mais anônimas e im­previsíveis da nossa vida”.

‘DEIXEMOS BROTAR A ESPERANÇA DA PÁSCOA’

Na Vigília Pascal, a homilia de Fran­cisco destacou que a Ressurreição de Jesus “é semelhante a pequenos feixes de luz”, que animam a humanidade a en­frentar “as sombras de morte que muitas vezes pairam sobre o mundo”.

Recordando a celebração deste Ano Jubilar, o Pontífice exortou: “Deixemos brotar a esperança da Páscoa nas nossas vidas e no mundo!”. Também ressaltou que “ainda que estejamos nas trevas, a luz brilha lentamente; aguarda-nos a es­perança de uma vida nova e de um mun­do finalmente libertado; um novo come­ço pode surpreender-nos, mesmo que às vezes pareça impossível, porque Cristo venceu a morte”.

A VIA-SACRA NA DIREÇÃO DE DEUS

Francisco escreveu as meditações das estações da Via-Sacra, realizada na noite da Sexta-feira Santa, no Coliseu, em Roma. Na introdução do texto, o Pontífice afirma que o caminho para o Calvário passa pelas estradas do cotidia­no: “Nós vamos, Senhor, normalmente na direção oposta à Vossa. Por isso mes­mo, pode acontecer que encontremos o Vosso rosto e que cruzemos com o Vosso olhar. Caminhamos como de cos­tume e Vós vindes ao nosso encontro. Os Vossos olhos leem o nosso coração. Hesitamos, então, em continuar como se nada tivesse acontecido. Podemos dar meia-volta, olhar para Vós e seguir-Vos. Podemos identificar-nos com o Vosso caminho e perceber que é melhor mu­dar de rumo”.

Ao longo das meditações, o Papa lembrou que o caminho da cruz é a des­cida que Jesus realizou em direção àque­les que amou; é também “uma resposta, uma assunção de responsabilidade” por parte de Cristo, que “pregado”, intercede, se coloca “no meio das partes, entre os opostos” e os leva a Deus, sabedor de que Sua cruz “derruba os muros, cancela as dívidas, anula as sentenças, estabelece a reconciliação”. Seus caminhos diferem daqueles “de cálculos e algoritmos, de ló­gicas frias e interesses implacáveis”.

PEDIDO AOS SACERDOTES: ENTREGA TOTAL A DEUS

Na manhã da Quinta-feira Santa, cer­ca de 1,8 mil sacerdotes participaram da Missa do Crisma, em que foram abençoa­dos os óleos usados nas cerimônias sacra­mentais do Batismo e da Unção dos En­fermos, e consagrado o óleo do Crisma.

Francisco, na homilia lida pelo Car­deal Domenico Calcagno, ressaltou que o ministério sacerdotal é “puro serviço ao povo sacerdotal”, de um “pastor que ama o seu povo” e “não vive à procu­ra de consenso e aprovação a qualquer custo”. Destacou, também, que cada sacerdote “tem uma relação com a Pa­lavra de Deus que vem de longe. Colo­camo-la ao serviço de todos somente quando a Bíblia continua a ser a nossa primeira casa”.

Por fim, o Pontífice enfatizou que o sacerdócio torna-se um ministério jubi­lar quando o presbítero se entrega a Deus de maneira “radical e gratuita”.

(Com informações de Vatican News)

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