300 mil mortes: o Brasil no auge da pandemia

Mesmo com a mudança de metodologia na contabilidade óbitos pelo Ministério da Saúde após o recorde alcançado na terça-feira, 23, com as 2.244 mortes confirmadas nas últimas 24 horas, País chegou ao acumulado assustador de 301.087 vidas perdidas para a COVID-19

Mais de 12 milhões de pessoas já foram infectadas com a COVID-19 no Brasil; falta de leitos para pacientes tem sido algo recorrente (Foto: Marcelo Seabra\ Ag Pará)

Após a semana mais letal da pandemia de COVID-19 até agora, com o registro de mais de 15 mil mortes pela doença entre 13 e 19 de março, o Brasil ultrapassou nesta quarta-feira, 24, o acumulado de 301.087 óbitos em decorrência do novo coronavírus. Desde o começo da pandemia no País, em fevereiro do ano passado, mais de 12 milhões de pessoas se infectaram.

De ontem para hoje, o Ministério da Saúde incluiu exigências para a notificação de mortes por COVID-19, tornando o processo mais demorado, o que provocou a queda no número de registros. Na noite de hoje, por exemplo, já não era mais possível obter no portal do Ministério dados do número de óbitos. Após críticas de autoridades estaduais e instituições da área da saúde, a pasta decidiu voltar ao sistema de registro que utilizava até então.

As informações disponíveis nesta quarta-feira foram obtidas apenas pelo consórcio dos veículos de imprensa e não contemplam todos os estados do País: nas últimas 24 horas, 2.244 pessoas perderam a vida em decorrência do novo coronavírus, número que somado às mortes acumuladas até ontem – mais de 298 mil – já totaliza 301.087 falecimentos.

A média móvel de mortes por coronavírus no intervalo de uma semana tem alcançado sucessíveis recordes nos últimos dias, conforme dados do consórcio de veículos de imprensa, contabilizados até ontem:

MORTES/DIA
16/03 – 1.976
17/03 – 2.031
18/03 – 2.096
19/03 – 2.178
20/03 – 2.234
21/03 – 2.255
22/03 – 2.298
23/03 – 2.349

Colapso no sistema de saúde

Com o permanente aumento do número de infectados com o coronavírus – a média diária pela primeira vez ultrapassou a marca de 75 mil pessoas na segunda-feira, 22 –, o sistema de saúde está perto do limite de sua capacidade em boa parte dos estados brasileiros.

Na noite da segunda-feira, 22, a taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulto para COVID-19 estava em 99,45% no Distrito Federal e em São Paulo, nesta quarta-feira, esse percentual está em 92,3%, com o número recorde de 30.359 internados com a doença.

Em outros estados, a operação já ocorre acima do limite, como é o caso do Rio Grande do Sul, com 108% de taxa de ocupação, ou seja, há mais pacientes internados do que a capacidade operacional para atendê-los.

No sábado, 20, o Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$ 133,3 milhões para a instalação de mais 2,7 mil leitos de UTI adulto em 22 estados para atendimento exclusivo aos pacientes graves com COVID-19.

Foto: Agência Brasil

Medidas restritivas

Na tentativa de conter o avanço da pandemia, prefeituras e governos estaduais têm adotado medidas para restringir a circulação de pessoas.

No Rio de Janeiro, os prefeitos da capital fluminense e do município de Niterói determinaram que entre os dias 26 de março e 4 de abril somente os serviços essenciais serão mantidos. Os parques e a orla das praias estarão fechados e haverá limitações para o funcionamento de bares, restaurantes e academias.

Na cidade de São Paulo, durante este mesmo período, as atividades serão reduzidas aos serviços essenciais. Haverá a antecipação de dois feriados municipais deste ano, o de Corpus Christi (3 de junho) e o do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), e de três feriados de 2022: o de fundação da cidade de São Paulo (25 de janeiro), o de Corpus Christi (16 de junho) e o do Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

Também há mudanças no rodízio municipal de veículos na capital paulista: a restrição de circulação mudou para o período das 20h às 5h. Antes era das 7h às 10h e das 17h às 20h.

Vacinação

Conforme levantamento do consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias estaduais de saúde, mais de 13,3 milhões de brasileiros (6,3% da população do País) já receberam ao menos a 1ª dose da vacina contra a COVID-19.

Nesta quarta-feira, o Governo de São Paulo anunciou que terá início, na sexta-feira, 26, a vacinação de idosos entre 69 e 71 anos, um total de 910 mil pessoas no estado. Outras acima dessa faixa etária já estão sendo vacinadas.

Até agora, mais de 27,8 milhões de doses da CoronaVac foram entregues ao Ministério da Saúde pelo Instituto Butantan. O mais recente lote, com 2,2 milhões de doses, foi liberado hoje.

No domingo, 21, chegou ao Brasil a primeira remessa de 1.022.400 doses de vacinas oriundas do consórcio Covax Facility, iniciativa global com a participação de 200 países e da Organização Mundial da Saúde.

O Ministério da Saúde afirma ter disponibilizado mais de 30 milhões de doses das vacinas CoronaVac e CovaShield (AstraZenaca/Oxford) aos estados e municípios, e já ter comprado 562 milhões de doses de imunizantes contra a COVID-19, que serão disponibilizados à população durante este ano, conforme forem entregues pelos fabricantes.

Nesta quarta-feira, o presidente da República, Jair Bolsonaro; do Senado, Rodrigo Pacheco; e da Câmara Federal, Arthur Lira, alguns governadores e ministros de Estado anunciaram a criação de um comitê para implementar medidas de combate à pandemia, como a criação de leitos, a garantia de fornecimento de oxigênio hospitalar e de medicamentos para a intubação de pacientes.

Auxílio emergencial

Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro assinou a medida provisória que prevê o pagamento de mais quatro parcelas do auxílio emergencial, a partir de abril, a cerca de 45,6 milhões de famílias contempladas.

O auxílio emergencial 2021 será limitado a uma pessoa por família, sendo que mulher chefe de família monoparental terá direito a R$ 375, enquanto a pessoa que mora sozinha – família unipessoal – receberá R$ 150. O montante de recursos da União para esses pagamentos será de R$ 43 bilhões.

A concessão do novo auxílio foi viabilizada após a promulgação, pelo Congresso Nacional, da Emenda Constitucional 109/2021, no dia 15.

(Com informações de G1, Agência Brasil, Prefeitura de São Paulo, Governo de São Paulo e Ministério da Saúde)

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