Governo de SP anuncia vacinação de profissionais da Educação e Segurança Pública a partir de abril

João Doria também informou a antecipação de doses para idosos a partir de 69 anos já na sexta-feira, dia 26. Extensão da fase emergencial de restrição não está descartada, mas dependerá, especialmente, da quantidade de novas internações

Reprodução da internet

Na tarde desta quarta-feira, 24, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, João Doria, anunciou novas medidas relativas à vacinação contra a COVID-19 no estado.

A partir de 5 de abril, 180 mil profissionais da área de Segurança Pública serão vacinados contra a COVID-19, entre os quais policiais militares, civis, da Polícia Científica, bombeiros, agentes de segurança, de escoltas penitenciárias e efetivos das guardas municipais.

Já os profissionais da Educação a partir de 47 anos de idade – professores, diretores de escola, inspetores de alunos e demais pessoas que atuam diretamente nas redes particular e pública, estadual e municipal – serão vacinados a partir do dia 12.

Serão cerca de 350 mil pessoas, cerca de 40% de todos os envolvidos com os trabalhos nas escolas. No caso dos trabalhadores da rede privada, será necessário apresentar comprovante de vínculo empregatício anterior aos últimos dois meses.

A data para o início do cadastro para os profissionais da Educação e das forças de Segurança Pública será divulgada nos próximos dias. Os formulários estarão disponíveis no site Vacina Já.

Governo do Estado de São Paulo

5 milhões de doses e antecipação da imunização de idosos

Nesta quarta-feira, o governo paulista superou a marca de 5 milhões de doses aplicadas na população que vive em São Paulo, sendo que 3,7 milhões são referentes àqueles vacinados com a 1a dose.

O governador voltou a cobrar do Governo federal para que se mobilize para a compra de vacinas. “Expectativa de vacina não vai para o braço do brasileiro”,  enfatizou, fazendo ainda críticas ao discurso do presidente Jair Bolsonaro, em rede nacional, na noite da terça-feira, 23.

Outro anúncio foi o da antecipação da vacinação dos idosos de 69 a 71 anos para a próxima sexta-feira, dia 26, medida que contemplará cerca de 910 mil pessoas nesta faixa etária em São Paulo.

De acordo com o governo paulista, a antecipação do calendário de vacinação contra a COVID-19 é possível graças à agilidade com que o Instituto Butantan tem produzido doses da CoronaVac.  Hoje, mais 2,2 milhões de unidades foram entregues ao Ministério da Saúde, totalizando cerca de 27 milhões já entregues.

Combate a festas clandestinas

Desde o dia 26 de fevereiro, o Governo de São Paulo fechou 716 festas clandestinas e comércios que funcionavam de forma irregular.

Foram realizadas 14.495 fiscalizações pela força-tarefa, composta por agentes de órgãos do Governo do Estado para reforçar o trabalho de fiscalização dos municípios.

O secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, voltou a alertar para o aumento do número de pessoas abaixo dos 60 anos internadas com a doença, e lembrou que especialmente os mais jovens têm se descuidado das medidas protetivas.

“Na segunda onda, estamos vendo mais jovens apresentando formas graves da doença. Essas pessoas estão se expondo mais, de modo irresponsável, sem uso de máscara e em aglomerações”, afirmou, observando, que os mais jovens contaminam a si próprios e levam o coronavírus aos adultos e idosos com quem vivem.

Reprodução de vídeo do Governo do Estado de São Paulo

Crescente nos óbitos

Os dados mais recentes indicam 92,3% de ocupação nas UTIs para pacientes com COVID-19em todo o estado. São mais de 12.4 mil pessoas com a doença nestes leitos.

O secretário da Saúde observou, porém, que do começo da semana para cá houve queda na quantidade de pedidos de internação, o que pode representar o impacto das medidas mais restritivas de circulação de pessoas em todo o estado.

Em relação à semana anterior, a média diária de casos cresceu 17,7% e a de óbitos 35,4%.

Gorinchteyn alertou que nos próximos dias o registro do número de óbitos pela doença pode não ser tão fiel à realidade, uma vez que na noite da terça-feira, 23, o Ministério da Saúde alterou a ficha dos pacientes no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), que apresenta as atualizações sobre novos óbitos confirmados pela doença.

Foram acrescidos campos para preenchimento de mais dados, mudança que, segundo o Secretário da Saúde de São Paulo, tende a retardar os registros dos novos óbitos.

Tanto Gorinchteyn quanto Doria asseguraram que não faltarão oxigênio hospitalar nem medicamentos do chamado kit de intubação para os pacientes que estejam internados com a COVID-19 em São Paulo.

Fechamento de supermercados

Em algumas cidades do interior e do litoral paulista, prefeitos têm incluído nas medidas para conter a restrição de circulação de pessoas o fechamento de supermercados, algo que foi criticado tanto pelo governador do Estado quanto pelo coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o médico João Gabbardo.

Doria pediu que os prefeitos mantenham os supermercados abertos e que os estabelecimentos reforcem o cumprimento das medidas já recomendadas: ocupação máxima de 40%, aferição da temperatura do cliente e a exigência do uso de máscaras.

Gabbardo ressaltou que a ida aos supermercados deve ocorrer apenas para a compra de itens essenciais de alimentação e higiene: “O ideal é que a pessoa vá individualmente fazer a compra e fique o menor tempo possível”.

Prorrogação da fase emergencial

O médico Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, negou que já tenha sido feita uma recomendação ao governador para que prorrogue a fase emergencial do Plano São Paulo para além de 30 de março.

No entanto, a possibilidade não está descartada.  “Ontem [terça-feira], avaliamos a situação com base dos dados da segunda-feira. A partir daquela avaliação, talvez seja possível uma extensão da fase emergencial por mais 15 dias, mas os dados podem mudar e a avaliação também. Ao longo dos próximos dias, estaremos em conversa com o governador para que possa tomar a melhor decisão em momento oportuno”, comentou o médico.

O Secretário Jean Gorinchteyn observou que um dos critérios que tende a ser determinante para uma eventual decisão é o aumento ou não da quantidade de internações por COVID-19nos próximos dias.

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