Na “Mensagem ao Povo Brasileiro”, na conclusão da 60a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 28 de abril, o episcopado brasileiro saudou os trabalhadores do País, fazendo alusão ao Dia Internacional do Trabalhador, comemorado na segunda-feira, dia 1o.
“Às vésperas do dia 1º de maio, saudamos os trabalhadores e as trabalhadoras de nosso País, com as palavras do Papa Francisco: ‘O mundo do trabalho é prioridade humana, é prioridade cristã, a partir de Jesus trabalhador. Onde há um trabalhador, ali há o olhar do amor do Senhor e da Igreja. Lugares de trabalho são lugares do povo de Deus’ (Encontro com Trabalhadores em Gênova, Itália, 2017)”, consta em um dos trechos da mensagem.
“Diante das mudanças do mundo do trabalho, percebemos que promessas de crescimento econômico, geração de empregos, melhores condições de trabalho, aumento de renda, redução da carga horária, mais tempo de descanso e convivência social, enfim, condições mais saudáveis de vida, continuam sendo desafios sem soluções”, observam os bispos.
“A crescente informalidade das relações trabalhistas reduz a segurança social e impede o acesso ao mínimo para a sobrevivência. O trabalho análogo à escravidão, presente em todo o território nacional, é uma chaga social que precisa ser energicamente combatida pelos poderes constituídos e por toda a sociedade”, também consta na mensagem.
REPÚDIO AO TRABALHO ANÁLOGO À ESCRAVIDÃO
Em 28 de janeiro, por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB emitiu nota na qual lembrou que desde 1995, cerca de 60 mil pessoas foram resgatadas da escravidão no Brasil.
“Nos dias de hoje, a escravidão se apresenta de várias formas, seja pela imposição de jornada exaustiva, ou condições degradantes, ou pela servidão por dívidas ou pelo trabalho forçado. A sociedade tem a responsabilidade de exigir uma economia que preze pela dignidade humana acima da ganância e isto implica, entre outras coisas, acabar com a prática do trabalho escravo ainda persistente em vários ramos de atividade, tais como a agropecuária, grandes lavouras, construção civil, confecções, carvoarias, mineração, os serviços hoteleiros ou o trabalho doméstico”, consta em um dos trechos da nota.
“A exploração do ser humano por meio do trabalho escravo é uma gravíssima violação dos direitos da pessoa humana, negando sua dignidade e especialmente o direito a um trabalho decente, muitas vezes em contexto de grave discriminação e abuso de vulnerabilidade. Na dimensão constitutiva do ser humano, o trabalho nunca deveria se tornar no oposto: uma oportunidade para violar a dignidade da pessoa”, consta em outro trecho da nota, na qual também se interpela a todos os cristãos e pessoas de boa vontade que lutem contra todas as formas de escravidão contemporânea.
(Com informações da CNBB)