Assembleia da CNBB: bispos tratam sobre o Jubileu Ordinário de 2025

Reunidos em Aparecida (SP), na 60a Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB), cerca de 400 bispos de todo o País participam na tarde do sábado, 22, e na manhã do domingo, 23, de um retiro espiritual que será conduzido por Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida.

Na sexta-feira, 21, em mais um dia de trabalhos da Assembleia, o episcopado brasileiro tratou sobre o Jubileu Ordinário de 2025 e houve a prestação de contas do 18º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), realizado em novembro de 2022.

JUBILEU 2025

A comissão brasileira para o Jubileu Ordinário de 2025, organizado pelo Dicastério para Nova Evangelização, apresentou ao episcopado as informações referentes ao ano celebrativo e as indicações informadas na primeira reunião, realizada em 14 de abril.

Os dois subsecretários da CNBB, o adjunto-geral, Padre Patriky Samuel, e o adjunto de pastoral, Padre Marcus Barbosa Guimarães, representam a Conferência na comissão e recordaram os jubileus ordinários e extraordinário realizados desde 1950.

Foram os Jubileus Ordinários:

  • 1950, com o Papa Pio XII, o foco era a reconstrução e a paz;
  • 1975, com o Papa Paulo VI, sobre a Unidade nas Diversas Comunidades Cristãs;
  • 2000, Jubileu da Encarnação de Jesus Cristo, com o tema “Jesus Cristo Ontem, Hoje e sempre”;
  • 2025 terá com o tema “Peregrinos da Esperança”.

O Dicastério para Evangelização criou cinco comissões para conduzir o Jubileu: a Pastoral, para pensar as celebrações jubilares para o maior envolvimento do povo de Deus; a Cultural, para a idealização e desenvolvimento das atividades culturais; a de Comunicação, que reúne jornalistas, acadêmicos e especialistas em novas tecnologias de comunicação; e a Ecumênica, que irá apoiar o Dicastério na organização de atividades e celebrações, relembrando os 1.700 anos do Concílio de Niceia (325). Além das comissões a equipe do Jubileu conta com o Comitê Técnico; Grupo de Trabalho Operacional e os Delegados das dioceses da Itália e das Conferências Episcopais.

A origem dos jubileu remonta às iniciativas do Povo de Deus acolhidas pelos Papas na perspectiva de participar de um caminho que favorecesse o perdão, a reconciliação e as indulgências. No campo ecumênico, em 2025, a data da Páscoa coincide para a busca de um caminho para uma celebração comum.

A comissão reiterou aos bispos a necessidade de dar ênfase ao lema “Peregrinos da Esperança” e citou parte da carta que o Papa Francisco enviou a Dom Rino Fisichella, ao nomeá-lo para cuidar do Jubileu:

“Devemos manter acesa a chama da esperança que nos foi dada e fazer todo o possível para que cada um recupere a força e a certeza de olhar para o futuro com espírito aberto, coração confiante e mente clarividente. O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos de Esperança”, escreveu o pontífice.

Outro destaque da apresentação é referente ao logotipo que tem a seguinte explicação: “A Cruz de Cristo é a esperança que nunca pode ser abandonada, porque dela precisamos sempre e sobretudo nos momentos de maior necessidade. A Cruz, em forma de vela, transforma-se numa âncora que se impõe ao movimento das ondas. Um símbolo universal de esperança. As figuras representam a humanidade dos quatro cantos da Terra. Abraçam-se uns aos outros para indicar a solidariedade entre os povos e o primeiro agarra-se à cruz. O mar agitado lembra-nos as dificuldades da peregrinação da vida. Frequentemente, os acontecimentos pessoais e os eventos mundiais impõem com maior intensidade o apelo à esperança. O logotipo mostra o quanto o caminho do peregrino não é um facto individual, mas comunitário, com a marca de um dinamismo crescente, que tende cada vez mais para a cruz”.

Para o Jubileu, o Papa Francisco solicitou dois anos para a preparação e que fossem dedicados a temáticas específicas: o primeiro à redescoberta do ensinamento conciliar e o segundo à oração. Em 2023, redescobrir e compreender as temáticas relativas aos quatro decretos do Concilio Vaticano II: Dei Verbum, Lumen Gentium, Sacrosanctum Concilium e Gaudium et Spes. Em 2024, vai ser o ano da oração. As dioceses são convidadas a promover a centralidade da oração individual e comunitária.

Ao final da apresentação, a equipe brasileira mostrou os links para redes sociais: @jubilaeum25. Ainda para o Jubileu está sendo estudada a possibilidade das portas santas. Ainda não existe uma definição com relação ao hino.

18º CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL

Ainda na tarde da sexta-feira, 21, o Arcebispo de Olinda e Recife (PE), Dom Antônio Fernando Saburido, e seu Bispo Auxiliar, Dom Limacêdo Antônio, apresentaram aos bispos as atividades desenvolvidas e a prestação de contas do 18º Congresso Eucarístico Nacional, realizado entre os dias 11 e 15 de novembro de 2022, com o tema “Pão em todas as mesas” e o lema “Repartiram o pão com alegria e não havia necessitados entre eles”.

O ponto central do Congresso foi a inauguração da “Casa do pão” que tem por objetivo atender pessoas em vulnerabilidade na capital pernambucana. O espaço conta com restaurante popular, lavanderia, atendimento social, espiritual e psicológico, capela, banho e descanso. A Casa do Pão quer ser, na arquidiocese de Olinda e Recife, “uma continuidade do Congresso Eucarístico Nacional, sinal de amor aos pobres e de diminuição da desigualdade social”, explicou Dom Fernando.

Foi entregue aos bispos a publicação com os “Anais do 18º Congresso Eucarístico Nacional”, além de distribuídas 80 cruzes peitorais idênticas à de Dom Helder Câmara aos bispos que não puderam participar presencialmente.

A sede do 19º Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que será realizado de 3 a 7 de setembro de 2027, será Goiânia. Os recursos excedentes da edição de Recife serão destinados à organização da próxima edição.

MISSA RECORDA OS BISPOS EMÉRITOS

As atividades do terceiro dia da 60ª AG CNBB foram concluídas com a missa no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na noite de sexta-feira, 21, presidida pelo Bispo Emérito de Barra do Piraí-Volta Redonda (RJ) e Presidente da Comissão Especial para os Bispos Eméritos da CNBB, Dom Francisco Biasin.

Na homilia, Dom Francisco Biasin disse que é preciso “perseverar no amor, na prudência, nos valores cristãos, mesmo em tempo de crise sanitária, política, econômica e cultural”; e que também é preciso ficar em contínuo estado de alerta: “não permitamos que o humano entre em crise. Não podemos ‘nos colocar em luta contra Deus’, tampouco contra a Igreja e contra os irmãos e irmãs”, enfatizou.

Ao referir-se aos bispos eméritos, Dom Francisco lembrou que a “sabedoria não é um dom da idade, mas do Espírito Santo”. Contudo, continuou, “a idade, a experiência adquirida e a atitude de continua aprendizagem ajudam um ancião a adquirir uma maior sensibilidade para ser na igreja e no mundo um novo Gamaliel”.

“Trazemos na Eucaristia de hoje a vida e a presença dos irmãos bispos eméritos. Como Moisés no alto da montanha estamos com as mãos elevadas como intercessores diante de Deus pedindo energia e coragem para quem está na primeira linha de combate”.

A missa dedicada aos bispos eméritos tem sido, durante as assembleias gerais, uma forma de a CNBB manifestar o agradecimento para os pastores que por muito tempo estiveram à frente no serviço da Igreja e, chegando ao limite de idade, não possuem mais as funções ordinárias numa diocese.

Recebe o nome de “emérito” o bispo que “perder o ofício por limite de idade ou por renúncia aceite”. O Direito Canônico estabelece a idade de 75 anos para a apresentação do pedido de renúncia ao Papa.

Fonte: Comunicação 60a AG CNBB

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