Judoca de 26 anos derrotou uma atleta israelense na final e despachou a número 1 do mundo nas semifinais da categoria acima de 78 kg do judô
Com 7 anos de idade, a menina nascida em Itariri (SP) e que cresceu em Peruíbe, no litoral paulista, foi levada por seu pai, Pascedonio José de Souza Neto, para assistir um treino de judô e se apaixomou pelo esporte que lhe abriria muitas portas no mundo.
Na sexta-feira, 2, aos 26 anos de idade, Beatriz Souza conquistou sua primeira medalha olímpica. E foi de ouro, na categoria +78kg, ao vencer na final a israelense Raz Hershko com um waza-ari. Ao final dos quatro minutos de combate, a brasileira, aos prantos, ergueu os punhos em comemoração, em meio aos aplausos do público no Palais Éphemère da Arena Champs-de-Mars.
Estreante na seleção adulta de judô do Brasil em 2017, medalhista de prata no Mundial de Judô em 2022, e de bronze nos mundiais de 2021 e 2023, Beatriz viajou a Paris com a expectativa de sua primeira medalha olímpica. Sua maior meta, porém, remetia ao começo de toda a sua trajetória de vida.
“Espero trazer muito orgulho, e honrar o nome da minha família, o nome dos meus pais, que tanto lutaram para me dar a melhor educação possível. E me colocaram neste mundo, então em busco o máximo dar orgulho para eles”, declarou em entrevista ao site do Esporte Clube Pinheiros, em abril deste ano, na qual também recordou que ingressou no judô “com o incentivo do meu pai, por ser uma criança muito imperativa”.
Beatriz não foi ao Jogos de Tóquio 2021. Na disputa da vaga àquela olimpíada, ficou atrás de Suelen Altheman, hoje uma de suas treinadoras no Pinheiros. “É uma excelente história de persistência, resiliência e perseverança, e continuar lutando”, comentou na referida entrevista ao recordar o que viveu no ciclo olímpico anterior.
CAMPANHA ATÉ O OURO
Em Paris 2024, Beatriz foi dominante sobre as quatro adversárias que enfrentou, chegando a uma medalha dourada para a qual não era favorita.
Bia estreou contra Izayana Marenco, da Nicarágua, e não teve dificuldade para avançar com um ippon.
Na luta seguinte, pelas quartas de final, encarou a sul-coreana Hayun Kim, medalhista de bronze no Campeonato Mundial deste ano. Foi um combate duríssimo, mas a brasileira conseguiu reverter uma entrada da asiática e aplicou um waza-ari para seguir na chave.
A semifinal foi contra a francesa Romaine Dicko, esperança de ouro local e número 1 do ranking mundial, Bia tinha retrospecto desfavorável e a torcida francesa contra, mas levou a melhor, vencendo a rival com uma imobilização, chegando à final que lhe valeu o ouro contra a israelense Raz Hershko.
(Com informações do COB e do Esporte Clube Pinheiros)