O Brasil conquistou uma inédita medalha de prata nos Jogos Olímpicos na quinta-feira, 1, em Paris: Caio Bonfim, aos 33 anos, cruzou a linha de chegada da Marcha Atlética 20km do Atletismo na segunda posição, coroando uma carreira de esforços.
Caio Bonfim fez sua primeira participação nos Jogos em Londres 2012, na 39ª colocação. Na Rio 2016, foi quarto colocado e agradeceu a Deus por ter concluído a prova que quase o levou ao pódio na ocasião. Presença constante em mundiais da modalidade, foi bronze em Londres 2017 e Budapeste 2023.
A medalha, portanto, veio após muitos quilômetros de treinos e competições mundo afora e a superação de estigmas, já que como a técnica da marcha envolve o intenso movimento dos quadris, Caio por muitas teve de ouvir ofensas machistas.
“Medalha no Brasil, na marcha atlética, não tem cor. Quando eu passei a linha de chegada no Rio, eu pensei se teria outra oportunidade de disputar os Jogos. Tive muito orgulho daquele quarto lugar. Abriu muitas portas. Na minha cidade, brinco que antes da Rio 2016 eu era xingado quando marchava. Depois de lá, mudou. As buzinas vinham seguidas de ‘vamos, campeão’. Quando meu pai me chamou para marchar pela primeira vez, eu fui muito xingado naquele dia. Era muito difícil ser marchador”, disse.
Na quinta-feira, em Paris, Caio concluiu o trajeto em 1h19min09, ficando atrás apenas do equatoriano Brian Daniel Pintado, campeão com 1min18s55. O espanhol Alvaro Martin completou o pódio.
“Eu não sei dizer para vocês o que significa isso tudo. Não estou acostumado a ser chamado de medalhista olímpico. Sempre foi um sonho. Eu sou de Brasília. Eu cresci com Joaquim Cruz. A nossa bolsa atleta ela começou por causa do resultado dele. E hoje eu tenho uma medalha igual a ele. É um momento especial que representa todos esses anos. Olimpíada não representa apenas um ciclo olímpico. É toda uma vida”, disse Caio, emocionado, a jornalistas.
(Com informações do COB)