O assessor de relações institucionais e governamentais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Frei Jorge Luiz Soares da Silva, participou, no plenário da Câmara dos Deputado na terça-feira, 20 de agosto, representando o secretário-geral da CNBB, da sessão solene em homenagem à Tolerância e a Paz.
A sessão foi proposta pelo deputado federal Vicentinho de São Paulo. Na abertura, o deputado apontou a escalada de tensões em diversas partes do mundo, o aumento do discurso do ódio, a falta do respeito às diferentes crenças religiosas e a polarização social como justificativa para a realização da sessão solene.
Participou da sessão, o presidente do Conselho Global de Tolerância e Paz, Sheik Ahmed Bin Mohamed Aljarwan. Ele veio ao Brasil acompanhado de uma comitiva do conselho composta por parlamentares de diversos países latino-americanos e dos Emirados Árabes. Lideranças religiosas de outros credos também compuseram a mesa.
A paz e a doutrina católica
Em sua fala, Frei Jorge ressaltou que tolerância e a paz são pilares fundamentais para a convivência harmoniosa em qualquer sociedade. Num mundo cada vez mais globalizado, onde as diferenças estão cada vez mais presentes no dia a dia, o frei falou da importância da tolerância como uma virtude necessária para a convivência pacífica entre pessoas de diferentes crenças, culturas e opiniões.
“Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a dignidade humana deve ser respeitada em todas as suas formas, o que inclui o respeito às diferentes convicções religiosas e formas de pensamento. Isso significa que todas as pessoas têm o direito à liberdade religiosa, que inclui o direito de praticar e expressar suas crenças sem medo de discriminação ou repressão”, destacou.
Por outro lado, o representante da CNBB disse que a paz, contudo, não é apenas a ausência de conflitos, mas a presença de justiça, igualdade e compreensão mútua e nasce da prática cotidiana da tolerância. “Quando somos capazes de ouvir o outro, mesmo quando suas ideias divergem das nossas, estamos plantando as sementes da paz. A paz começa dentro de cada um de nós, nas pequenas atitudes diárias de respeito, empatia e diálogo”, disse.
Frei Jorge apontou que a paz é um dos temas centrais da doutrina católica. “Jesus Cristo é frequentemente referido nas Sagradas Escrituras como o ‘Príncipe da Paz’ e seus ensinamentos sobre o amor ao próximo, a não violência e o perdão são fundamentais para a compreensão católica da paz”, afirmou.
Paz na Terra
Frei Jorge falou que os papas, ao longo da história, têm enfatizado a importância da paz em suas encíclicas e mensagens. Um exemplo é a encíclica Pacem in Terris (“Paz na Terra”), publicada pelo Papa João XXIII em 1963, que aborda a paz como um estado que deve ser construído sobre os fundamentos da verdade, da justiça, do amor e da liberdade.
“Somos conscientes que a paz começa no coração de cada pessoa. Esse conceito está enraizado nos ensinamentos de Jesus Cristo, que enfatiza a importância da paz interior como fundamento para a paz exterior. Foi Ele que disse: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz; Eu não a dou, como a dá o mundo” (João 14,27). Esse versículo bíblico reflete a ideia de que a paz verdadeira é um dom de Deus, que transcende as circunstâncias externas e nasce dentro do coração humano. A paz que Cristo oferece é uma paz interior, fundamentada na reconciliação com Deus, consigo mesmo e com os outros”, concluiu.
“Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a dignidade humana deve ser respeitada em todas as suas formas, o que inclui o respeito às diferentes convicções religiosas e formas de pensamento. Isso significa que todas as pessoas têm o direito à liberdade religiosa, que inclui o direito de praticar e expressar suas crenças sem medo de discriminação ou repressão”, destacou.
Fonte: CNBB