Comissão Especial sobre Mineração e Ecologia Integram apresenta na 60ª AG CNBB um balanço do trabalho realizado

Victória Holzbach

A Comissão de Ecologia Integral e Mineração (CEEM) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou para os integrantes da 60ª Assembleia Geral da CNBB um resumo das atividades realizadas de 2022 a 2023.

O bispo de Caxias do Maranhão (MA) e presidente da Comissão Especial sobre a Mineração e a Ecologia Integral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sebastião Lima Duarte, destacou o trabalho e reforçou a importância dessa comissão: “A violência do modelo extrativista e predatório no Brasil e no continente pede ações concretas da Igreja para defesa da Casa Comum. As comunidades resistem e sonham, mas pedem aliança”.

Para o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) e secretário-executivo da Comissão, dom Vicente Ferreira, é preciso que a Igreja esteja disposta a denunciar estas situações às autoridades competentes do país e apoiar as ações que visem reduzir os problemas causados por empreendimentos protegidos por um sistema de impunidade.

“Também é preciso que nenhuma instituição ligada à Igreja aceite qualquer tipo de apoio financeiro de empresas que provocam estes impactos. Podemos aprender e implantar esse método nos baseando no episcopado das Filipinas”, ressalta dom Vicente.

O missionário e membro da Comissão Especial para a Mineração e a Ecologia Integral, padre comboniano Dario Bossi, também apresentou alguns trabalhos da comissão, ressaltando que será realizada uma Caravana Latino-Americana na Europa, ações de incidência na Organização das Nações Unidas (ONU), um livro de estudo sobre “Arquitetura da Impunidade”, um Atlas sobre a Igreja em Cuidado da Casa Comum, criação de motivações para as eleições políticas, um GT brasileiro da Rede Eclesial Gran Chaco e Aquífero Chaco e Aquífero Guarani.

Dom Sebastião ressaltou o pedido de comunidades e povos tradicionais por apoio, assessoria e solidariedade da Igreja sobre o tema abrangido pela comissão e, com base nisso, a solicitação para que a Comissão Especial para a Mineração e Ecologia Integral se torne uma comissão permanente da entidade e, com isso, tenha assento e voto nos Conselhos Pastoral e Permanente da CNBB.

10 anos da Laudato Si’

“Em 2025, comemoramos 10 anos da publicação da encíclica Laudato Si’, sobre o cuidado com a casa comum, e acreditamos que um grande presente que a Igreja do Brasil pode dar ao Papa Francisco é tornar essa comissão permanente e realizar uma Campanha da Fraternidade sobre o tema”.

O arcebispo de Ribeirão Preto (SP) e presidente da Comissão de Redação do Estatuto, dom Moacir Silva, afirmou que a comissão estatutária da CNBB recebeu o pedido e, depois de analisar o Estatuto e Regimento da entidade, emitiu um parecer. Segundo o canonista da CNBB, a Comissão informou que a criação de uma nova comissão precisa passar pela análise antecipada da Assembleia Geral e, no próximo ano, ser votada.

Dom Moacir informou que, atualmente, o Estatuto prevê somente 12 comissões permanentes. Por isso, orientou que esse processo seja realizado com todos os passos previstos nesta assembleia e que o tema seja encaminhado para votação aconteça na 61ª assembleia da CNBB, em 2024.

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, ressaltou que ninguém discute o mérito a importância da Comissão tornar-se permanente em função da relevância de seu conteúdo. A sugestão de encaminhamento, aprovada pelos membros da assembleia, é que o trabalho permaneça, os integrantes participem das reuniões do Conselho Permanente e do Conselho Pastoral até serem realizados os trâmites necessários previstos no Estatuto.  A proposta é que o processo seja feito e a votação na 61ª Assembleia Geral em 2024.

Fonte: CNBB

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários