Comissão para a Liturgia oferece sugestões de músicas para a Missa do Crisma

Missa do Crisma na Catedral da Sé (abril de 2019) Luciney Martins /O SÃO PAULO

O Setor Música Litúrgica da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) oferece à Igreja no Brasil sugestões de músicas para a Missa matutina da Quinta-feira Santa, a Missa do Crisma.

São indicadas músicas para a abertura, o salmo responsorial, a aclamação ao Evangelho, a apresentação das oferendas, a Comunhão e para o louvor final. Cada proposta é acompanhada de comentários, preparados pelo colaborador do setor Eurivaldo Silva Ferreira, e as respectivas partituras e áudios, também oferecidos por colaboradores do Setor Música Litúrgica.

Com a oferta desse material, o Setor pretende colaborar para que as dioceses do Brasil possam bem celebrar esse momento em que a Igreja se aproxima do ápice do Ano Litúrgico, que é a Páscoa.

O Canto de Abertura

🎶 Jesus Cristo fez de nós
Texto: Missal Romano e Pe. Ney Brasil
Música: Pe. Ney Brasil

Uma das opções aqui indicadas com texto e música do Pe. Ney Brasil é uma justificada opção, pois no refrão traz o texto tal e qual é sugerido pelo Missal Romano como refrão (Ap 1,6), e, nas estrofes, elenca uma série de passagens bíblicas que fazem memória ou ainda reforçam a manifestação de um povo escolhido, povo sacerdotal com todas as características que as Sagradas Escrituras narram e traçam: nação santa, povo de Deus, povo para anunciar…, pedras vivas, sacerdócio santo, o Cristo fez de nós um reino de sacerdotes, seremos sacerdotes de Deus e do Cristo. Além disso, o próprio compositor fez questão de identificar as passagens bíblicas onde se pode localizar essas expressões.

🎼 PARTITURA | PARTITURA SIMPLIFICADA

🎶 Jesus Cristo fez de nós
Texto: Missal Romano – Ap 1,6 e Sl 44,2.8
Música: Pe. Silvio Milanez | Adaptação: Clayton Dias

A mesma indicação da antífona com a adaptação melódica do Pe. Silvio Milanez tem como estrofes a versão poética do Salmo 46(45), cuja descrição traz as características do Rei com indumentárias para o exercício de seu poder descritos pelas expressões: mais belo, valente, forte, herói, vitorioso, lutador, amante da justiça, o que possui as vestes perfumadas etc. Mas, um verso se destaca nesse conjunto de estrofes: “com o óleo da alegria ungiu-te o Deus da verdade”. Eis aí a eloquência que deve ser dirigida ao Cristo, fazendo referência ao que foi antevisto no Primeiro Testamento ao narrar o Ungido de Israel.

🎼 PARTITURA

🎶 Jesus Cristo fez de nós
Texto: Missal Romano – Ap 1,6 e Sl 131(132)
Música: Gilson Celerino

O compositor Gilson Celerino propôs uma versão do Salmo 131(132) unida à mesma indicação de antífona. Trata-se aqui de “pinçar” o que no Salmo indicaria a origem do povo sacerdotal, através de Davi, cuja linhagem pertence o próprio Jesus. Repare que na conjugação do texto os cenários e as paisagens aparecem perfeitamente ajustadas com aquilo que é o sentido próprio desta celebração: identificar nas Sagradas Escrituras o que prefiguraria aquilo que viria a ser o povo escolhido, a imagem oriunda do povo de reis, do qual pertenceu o Rei Davi.

🎼 PARTITURA

🎶 Povo de Reis
Texto e música: Lucien Deiss

Para a versão de Lucien Deiss, cuja adaptação foi feita para a língua portuguesa, o texto mostra alguém que aclama para o povo com as expressões: “Povo de reis, assembleia santa, povo sacerdotal…”. No fundo, é o povo mesmo, assembleia reunida, que enxerga em si mesma essas características, isto é, canta-se como se estivesse defronte a um espelho. Nas estrofes o louvor é dirigido ao Cristo, com o qual é elencado com diversas imagens e características, todas tendo como origem as Sagradas Escrituras. Os elogios dirigidos ao Cristo funcionam nessa letra como uma espécie de fundamentação da própria assembleia, que poderia se exprimir assim: “Nós só somos povo de Deus porque assim tu, como Cristo, nos constituíste, com o qual nós cantamos como sendo o Filho da Virgem Maria, o nosso irmão…”, e assim por diante. Ora, reunidos como Igreja em torno da mesa eucarística, nós estamos reunidos, de fato, em torno do mesmo Cristo, que nos abre os tesouros da Sagrada Escritura e parte o pão para nós.

🎼 PARTITURA

🎶 O Espírito do Senhor está sobre mim
Texto: Frei Telles Ramon, O. de M. – inspirado em Is 61,1-3
Música: Daniel De Angeles

A versão indicada cuja letra é do Frei Telles Ramon e a música de Daniel De Angeles traz em seu bojo o contexto da primeira leitura dessa celebração: o Cristo, o ungido que confirma sua missão. É o povo que dirige o seu canto a Deus, identificando-se como povo representado no texto de Lucas, cuja leitura o fez Jesus, ao narrar que foi ungido pelo Espírito. É o mesmo texto que ouviremos no Evangelho. Justifica-se essa escolha, pois, da mesma forma se faz memória do Cristo ungido, segundo o qual dele recebemos a unção do Espírito para o imitarmos em sua missão. Essa opção de canto também fica propícia para o momento da comunhão, já que a comunidade, ao se aproximar para receber o sacramento do Corpo do Senhor, faz memória das palavras que foram lidas no Evangelho.

🎼 PARTITURA

🎶 Jesus Cristo fez de nós um reino
Texto: Ap 1,6; Sl 88(89), Missal Romano e Liturgia das Horas
Música: Frei Wanderson Luiz Freitas, O. Carm.

Com o mesmo texto que aparecerá também nas estrofes do Canto de Comunhão, o Missal Romano e a Liturgia das Horas indicam esse Salmo 88(89) como elemento central dessa celebração. O refrão, tirado do livro do Apocalipse, faz uma espécie de ponte entre aquilo que fora prefigurado no Primeiro Testamento e aquilo que viria a ser no futuro. A assembleia se reconhece como parte dessas promessas feitas a Davi, ao mesmo tempo que reconhece o Cristo como o destinatário das mesmas promessas.

🎼 PARTITURA

O Canto do Salmo responsorial

O texto do Salmo 88, atribuído a alguém que relata uma dinastia real, traz os relatos da promessa de Deus em querer manter essas promessas assegurando que dessa dinastia deveria suceder um rei que seria ungido tal como Davi o foi. Grande foi a eloquência dessas palavras que logo se viu que as promessas de Deus poderiam perfeitamente se encaixar em Jesus Cristo.

Essa liturgia traz exatamente os versículos que compõem essa promessa e diálogo entre Deus e seu Filho Jesus (versículos do 21 ao 27). O trecho escolhido compõe um comentário lírico da leitura que se acabou de ser ouvida.

O(a) cantor(a) solista saberá evidenciar com a voz o sentido do salmo, fazendo com que a sua mente acompanhe aquilo que sua voz canta, optando por uma das três melodias aqui sugeridas, além de manifestar esse sentido à assembleia presente que, motivada a participar pelo refrão, dá a sua parcela de contribuição ao canto.

🎼 Senhor, eu cantarei
Clayton Dias | PartituraTocador de áudio00:0000:00Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.

🎼 Senhor, eu cantarei
Gílson Celerino
 | PartituraTocador de áudio00:0000:00Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.

🎼 Senhor, eu cantarei
Ir. Míria T. Kolling | PartituraTocador de áudio00:0000:00Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.

🎼 Senhor, eu cantarei
Paulo Neto | PartituraTocador de áudio00:0000:00Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.

🎼 Senhor, eu cantarei
Frei Wanderson Luiz Freitas, O.Carm.| PartituraTocador de áudio00:0000:00Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.

Aclamação ao Evangelho

Pelo canto da Aclamação ao Evangelho a assembleia dos fiéis acolhe e saúda o Senhor, que lhe falará no Evangelho. Omitindo-se a expressão “Aleluia”, no tempo quaresmal este canto louva o Verbo de Deus, que nos tirou das trevas da morte, introduzindo-nos no reino da vida.

Além de acompanhar a procissão do livro dos evangelhos (evangeliário) até a mesa da Palavra, lugar em que será proclamado o Evangelho, esse canto prepara o coração dos fiéis para a escuta atenta daquele que só tem a nos dizer “palavras de vida eterna” (cf. Jo 6,68).

O solista ou o grupo de cantores, no local em que se encontra esse grupo, entoa o versículo previsto para o dia da celebração. Não é recomendável sua repetição após a proclamação do Evangelho, uma vez que ele já cumpriu sua função, a de aclamar, acompanhar e introduzir os ouvintes para a escuta atenta às palavras do Cristo.

🎼 A vós, louvor e honra
M: Cristian Gonçalves | Partitura

🎼 Louvor e honra a vós
M: Ir. Míria T. Kolling | Partitura

🎼 Louvor e honra a vós
M: Frei Wanderson Luiz Freitas, O.Carm. | Partitura

O Canto do rito da Bênção dos Óleos

A obra de Augusto Bergamini, Cristo, Festa da Igreja, afirma que esse rito “inserido na celebração eucarística, sublinha também o mistério da Igreja como sacramento global de Cristo, que santifica toda realidade e situação de vida” (p. 301).

Trazendo a realidade do “bom odor da graça de Cristo capaz de se expandir e fazer exala-se no corpo da Igreja através do corpo de cada ungido, as estrofes do texto poético desse canto nos remetem à lembrança simbólico-gestual do sinal do óleo em quem se deixa ser ungido por ele (Crisma, Catecúmenos e Enfermos), fazendo apenas menção ao óleo dos enfermos no primeiro verso da segunda estrofe, enquanto as outras estrofes unem o sentido do óleo do Crisma ao óleo dos catecúmenos. Os textos não trazem uma explicação sobre os óleos, quem fará isso é a oração de bênção dedicada a cada um, proferida pelo bispo. Na realidade, o conteúdo de sua letra sublinha o mistério da Igreja como sacramento global de Cristo, que santifica toda realidade e situação de vida. Contudo, trata-se de uma letra bem simples que condensa nela o sentido, mesmo que mínimo, de cada óleo.

🎼 Acolhei, ó Redentor
M: Clayton Dias Partitura

🎼 Acolhei, ó Redentor
M: Gilson Celerino | Partitura

🎼 Acolhei, ó Redentor
M: Pe. Ney Brasil | Partitura

🎼 Acolhei, ó Redentor
M: Frei Wanderson Luiz Freitas, O.Carm. | Partitura

🎼 Ó Redentor
M: D.R Partitura

O Canto da Procissão dos Dons (Oferendas)

As cinco opções sugeridas nesse subsídio manifestam em suas letras poéticas algum sentido do que é concentrado no rito das oferendas: a bendição ao Pai por nos ter dado o Filho, e reconhecida pela assembleia que canta. É o caso do “Bendito sejas”, cujo refrão traz essa memória, enquanto nas estrofes a linguagem poética manifesta tudo aquilo que Deus realiza através das mãos de quem se coloca a serviço.

Seguindo a lógica da inspiração bíblica, o Salmo 115 é o mais perfeito modelo de texto para manifestar a oblação de quem deseja agradar ao Senhor. O sacrifício de ação de graças de que fala sua linguagem é-nos atualizada pela referência ao Cristo, o sacrifício perfeito, pelo qual se ergue o cálice da salvação.

A expressão manifestada pela união da Igreja que faz sua oferta, seja no pão e no vinho, seja na entrega de algum elemento para a manutenção do templo, seja ainda por sua própria doação existencial a serviço dessa mesma Igreja, é indicada pelas duas últimas opções: “Que maravilha, Senhor, estar aqui” e “Muitos grãos de trigo”. Nesses textos poéticos aparece mais nitidamente a comunidade, povo de Deus, que quer narrar a beleza dessas ações: entregar, ofertar, bendizer, caminhar juntos etc.

🎼 Bendito sejas Partitura

🎼 Como irei retribuir Partitura

🎼 Muitos grãos de trigo Partitura

🎼 Que maravilha, Senhor | Partitura

🎼 Que poderei retribuir Partitura

O Canto da Comunhão

As propostas para o canto de comunhão sugeridas nesse subsídio trazem em seus textos poéticos várias imagens que refletem essas características do Cristo que foram lidas no Evangelho. Por isso, a memória das palavras que foram lidas, ouvidas e assimiladas, agora se tornam como que sinal eloquente e mistérico na ação de comer e beber, cuja alegria é manifestada entre aqueles e aquelas que se aproximam da mesa eucarística; é o próprio Cristo, Palavra viva, que se dá na Eucaristia e que na memória dos que se dirigem à mesa do alimento ressoa agora em palavras cantadas.

🎼 Vós sereis meus amigos
Letra (refrão): Frei Telles Ramon, O. de M. – inspirado em Jo 15,14 e Salmo 99(100) – Liturgia das Horas
Música: Pe. José Weber, SVD

Essa sugestão traz como refrão o texto extraído de Jo 15,14, aquelas palavras em que Jesus se dirige aos apóstolos na ocasião do lava-pés: “Já não os chamo servos, mas amigos”, pois, com esse gesto eis que os discípulos se sentem aptos a compreenderem aquilo que ele acabara de fazer: uma atitude serviçal, isto é, rebaixar-se ao ponto de tocar os pés dos próximos, gesto que era feito pelos escravos da sociedade de sua época. Já nas estrofes, extraídas do Salmo 99(100), é o povo do Senhor que se reconhece como rebanho dele, povo que ele mesmo constituiu. É a aclamação de toda a assembleia que se reconhece e dirige um canto exortativo a si mesma, como que numa atitude de devida atenção a uma espécie de resposta ao texto lido no Evangelho: o conteúdo da proclamação da graça do Senhor hoje é dirigido a nós, seu povo, através do seu Filho Jesus.

PARTITURA

🎼 Glória a Cristo Salvador
Letra: Frei Telles Ramon, O. de M. e Liturgia das Horas
Música: Frei Telles Ramon. O. de M. e Daniel De Angeles

O autor da letra poética retirou as palavras do cântico de Filipenses para compor essa sequência sugerida nesse canto. Ora, o servo rebaixado é o próprio Cristo, cujas estrofes narram do rebaixamento a trama inicial, a consequência e o coroamento por parte do Pai, que o eleva. É o que chamamos de “kênosis”, mistério do rebaixamento do servo sofredor. No refrão a comunidade se dirige a esse mesmo servo humilde e manso como a um irmão. A melodia solene, composta em conjunto com Daniel De Angeles, vai acontecendo em graus elevados logo na primeira parte dos versos do refrão. Como toda glória é para cima, o movimento melódico sobe. Percebe-se que na segunda parte vai se caminhando para um repouso, caracterizado pela palavra “manso”, concluindo-se com a expressão “glória a ti”. Esse texto se liga com o Evangelho uma vez que está no conteúdo dos textos da Paixão. Um trecho dele já o cantamos como canto de Aclamação ao Evangelho no Domingo de Ramos que passou. Agora ele é retomado dentro do contexto da Semana Santa, ao que o faz ser uma espécie de conteúdo responsorial ao Evangelho dessa celebração.

PARTITURA

🎼 Mergulhados no teu Mistério!
Letra: Frei Telles Ramon, O. de M.
Música e arranjo: Frei Wanderson Luiz Freitas, O. Carm.

Nessa letra poética, logo na primeira estrofe a expressão “na assembleia dos redimidos” simboliza a comunidade pascalizada pelo Cristo, após passar pelo mergulho da morte, mistério com o qual nos deparamos. As outras estrofes vão trazendo as cenas e as imagens daquilo que o Cristo fez com a comunidade de fé a partir de sua resposta e afirmação, aquelas contidas no Evangelho: ele nos escolheu para que ingressemos em seu batismo, ungidos pelo mesmo Espírito que o ungiu, imbuídos da caridade, possamos distribuir os mesmos dons ao mundo, pois estamos revestidos no Ministério que nos faz de nós povo sacerdotal. A estrofe de número sete dá um toque final àquilo que se faz: partilha do Corpo e Sangue do Senhor sob a forma de pão e de vinho. O refrão é uma espécie de diálogo-resposta com o Cristo que nos chama de irmãos e de amigos. De fato, é necessário mergulhar para compreender o mistério do povo de Deus que reconhece no seu Senhor a razão pela qual deseja imitá-lo.

PARTITURA

🎼 Um cálice foi levantado
Letra e música: Reginaldo Veloso

Nesse texto o compositor Reginaldo Veloso traz as imagens da última ceia de Jesus já com a tonalidade pascal: “o povo comeu e bebeu e anunciou: o amor venceu”. Nas estrofes o compositor traz uma espécie de diálogo, dirigindo-se ao Pai, ao Verbo, ao povo, à própria ceia (elementos eucaristizados), à mesa e a todas as pessoas de boa vontade. Mas não se trata de imagens soltas. Elas possuem caráter de finalização no próprio verso em que se encontram, isto é, os personagens a quem se dirige quem canta possuem ações reais: “Ó Pai, tua eterna palavra enviaste! Ó Verbo, tua tenda entre nós levantaste!”, e assim por diante. O texto poético pode trazer esses vários direcionamentos, mas é necessário que eles portem “resoluções” próprias, caso contrário torna-se uma espécie de emaranhados de ideias, que embora pareçam ter lógica, não possuem sentido bíblico-teológico. Por detrás de um texto poético sempre há uma inteligência teologal.

PARTITURA

🎼 Somos os teus servidores, Senhor!
Letra: Frei Telles Ramon. O. de M. e Liturgia das Horas
Música: Gilson Celerino)

O texto completo do Salmo 88 é retomado nessa opção de canto da comunhão, também já previsto no Missal Romano. É um canto que emana da voz da assembleia ao se identificar como rebanho e porção local do povo de Deus. Povo que é formado por Jesus Cristo, também constituído pelos presbíteros e por quem preside essa celebração.

PARTITURA

🎼 Senhor, quero cantar
Letra: Missal Romano; Sl 88(89) e Liturgia das Horas
Música: Frei Wanderson Luiz Freitas, O. Carm.

Nessa proposta de Canto da Comunhão o compositor Frei Wanderson Luiz Freitas fez uma versão musical tal e qual se encontra na Liturgia das Horas. Trata-se do salmo real, cuja representação do rei é prefigurada com as promessas de Deus dirigidas a Davi e sua geração, da qual viria o próprio Cristo.

PARTITURA

🎼 Tu amas a justiça
Letra: Graduale Triplex; Sl 44(45) e Liturgia das Horas
Adaptação do refrão e música: Gilson Celerino

O compositor Gilson Celerino se apropriou do texto do Salmo 44(45) para compor sua versão musical para este canto indicado para a Comunhão. Aquilo que já dissemos a respeito da mesma versão indicada nesse repertório como Canto de Abertura, vale para essa versão. Trata-se das características de um Rei que opta pela manutenção da justiça em seu reinado. Note que o refrão é tirado do próprio salmo. As estrofes narram as qualidades atribuídas a este rei, iniciando com alguém que possivelmente anuncia um poema a ele dedicado. As atribuições positivas desse rei serão elencadas a partir da estrofe 2: lábios que falam bem, abençoado por Deus, herói valoroso que carrega uma espada em seu flanco, age em defesa da fé, da justiça e da verdade, possui um trono eterno, e um cetro real como sinal da justiça, vestes roupas perfumadas, cujo perfume agrada a Deus. Aqui o perfume lembra o óleo, o sinal dessa celebração. Também remete aos perfumes pascais com os quais Jesus foi ungido na ocasião de seu sepultamento.

PARTITURA

O Canto de louvor final

Há entre nós o costume de a assembleia ser dispersada ou despedida ao som de um canto. Nada impede que nesta celebração da Missa do Crisma se entoe um canto àquela que é a imagem da Igreja. É em Maria que a Igreja se vê prefigurada como aquilo que vai lhe acontecer na glória, pois já foi proporcionado à Mãe do Senhor. A sugestão aqui elencada é o “Ave, Rainha do céu”, de D. Marcos Barbosa e Pe. José Weber. Trata-se de uma letra que se dirige a Maria com os títulos próprios da tradição: Rainha do céu, Senhora dos anjos, Raiz, Porta, Aurora da luz do mundo. Entretanto, vale para este canto o mesmo que vale para qualquer canto na liturgia, ou seja, deve ser um canto ‘mistérico’, que canta o Mistério de Cristo no qual Maria colaborou.

Ao cantarmos um canto exaltando a santidade da Virgem Maria, destacamos seu papel na obra da salvação e a colocamos no conjunto dos santos que, por sua vida e morte assumiram em si a imagem do Cristo. Cantamos em Maria e com Maria a imagem da Igreja, que admira e exalta o mais excelso fruto da redenção, honrando-a [cf. Lumen gentium, 53] e tomando-a como ícone do seu próprio caminho de seguimento do Verbo.

🎼 Ave, Rainha do céu | PARTITURA

Na falta de um canto que lembra a Virgem Maria, pode-se repetir o mesmo Canto de Abertura da celebração.

guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários