Defesa do SUS é destaque na 17ª Conferência Nacional de Saúde

Prossegue até quarta-feira, dia 5, em Brasilia (DF), a 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), que se propõe a ser um espaço democrático de participação social para traçar as diretrizes para as políticas públicas de saúde no Brasil. A atividade é organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), e convocada pelo Ministério da Saúde.

Foto: Ministério da Saúde

A abertura aconteceu na noite do domingo, 2, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), reunindo mais de seis mil participantes de todo o Brasil.

O tema da 17a CNS: “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã vai ser outro dia” foi ressaltado por aqueles que participaram da mesa de abertura do evento.

Além da ministra da Saúde, Nísia Trindade, participaram as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva; dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; das Mulheres, Aparecida Gonçalves; e o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Jarbas Barbosa, diretor geral da Opas/OMS, as deputadas Jandira Feghali e Érika Kokay e o senador Humberto Costa, os presidentes do Conass, Fábio Bacchereti e do Conasems, Wilames Freire, prestigiaram o evento.

Fernando Pigatto, presidente do CNS, celebrou as movimentações de base realizadas nas etapas preparatórias desta 17ª Conferência. “Hoje somos a representação real e amorosa da resistência e da esperança por um sistema de saúde para todas as pessoas. Foi a luta social que aprovou o SUS em 1988 e chegamos à 17ª Conferência por um caminho construído e trilhado por inúmeras e inúmeros lutadores para que saúde não seja apenas ausência de doenças”, declarou.

Lições da Pandemia e a importância dos conselhos locais

Jarbas Barbosa, diretor geral da Opas/OMS, recordou as lições que o perído da pandemia deixou à área da Saúde: “O mundo tem que estar melhor preparado e temos grandes lições. A América Latina precisa produzir mais vacinas e insumos, e excluir toda barreira econômica, social e cultural que impede o pleno acesso à saúde. Por isso essa Conferência é tão especial, vemos representantes de todas as áreas que compõem o SUS.”

Na ocasião da abertura, Pigatto e a ministra da Saúde lançaram a campanha Conselho Local de Saúde, com objetivo de fomentar a criação de conselhos nas 42 mil Unidades Básicas de Saúde do SUS existentes no Brasil.

“Essa conferência é uma virada nas lutas do povo brasileiro e precisamos radicalizar a democracia, para isso devemos fortalecer os conselhos que já existem e criar conselhos locais de saúde para que a sociedade seja definidora das políticas de saúde”, declarou o presidente do CNS.

Nísia Trindade rememorou os desafios para a saúde pública brasileira nos últimos anos, considerando especialmente o enfraquecimento de conselhos e da participação social nos espaços deliberativos. 

“A força da defesa do SUS e da democracia fortaleceram o CNS, que resistiu aos anos mais difíceis desde a redemocratização brasileira. Não podemos ter ilusões, pois temos um caminho duro pela frente e precisamos estar mais unidos que nunca na nossa diversidade”, declarou a ministra, que encerrou a cerimônia de abertura reiterando o compromisso do Ministério da Saúde com o controle social. “Queremos uma conferência com um documento forte, que será de fato implementado pelo Ministério da Saúde, pois este é o nosso compromisso”, finalizou. 

Fonte: Conselho Nacional de Saúde

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