Assim relata o Diácono seminarista Vitor Petris que está em missão nesta diocese no Norte do Brasil

Durante todo o mês de julho e agora em agosto, o Diácono seminarista Vitor Fernandes Battisti Petris, 26, está em missão na Diocese de Marabá (PA), como parte do itinerário pastoral e missionário que a Arquidiocese de São Paulo apresenta àqueles que estão próximos de serem ordenados padres.
Vitor recebeu a ordenação diaconal em dezembro de 2024, pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e nesta missão em Marabá, que será concluída em 1º de setembro, tem contribuído em duas paróquias – Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Senhora Sant’Ana, em Morada Nova (PA) – administrando o sacramento do Batismo, assistindo matrimônios, visitando os doentes e promovendo formações catequéticas.

PERFIL DA DIOCESE
A Diocese de Marabá integra a Província Eclesiástica de Belém do Pará. Sua história tem origem na Prelazia de Santíssima Conceição do Araguaia, criada em 1911, desmembrada da Arquidiocese de Belém do Pará. Em 1969, sua sede foi transferida para a cidade de Marabá, passando a denominar-se Prelazia de Marabá. Em 16 de outubro de 1979, foi elevada a diocese.
Atualmente, está organizada em seis áreas pastorais, com 30 paróquias e conta com 40 padres. Segundo o Diácono seminarista Vitor Petris, a maioria da população na área de abrangência da Diocese é protestante, mas é considerável o número de católicos.
“Não há, ainda, um clero nativo que supra as necessidades pastorais vigentes, mas estão surgindo vocações. Também há alguns sacerdotes de outras dioceses,incardinados ou não, que auxiliam na caminhada diocesana; mesmo assim, vê-se a crescente necessidade de sacerdotes para atender a vasta região e auxiliar o povo de Deus com os sacramentos e a Santa Missa”, detalhou.

REALIDADE PASTORAL
Ainda de acordo com o Diácono seminarista, nas comunidades de regiões mais afastadas, a celebração da missa ocorre apenas uma vez por mês: “A demanda é muito grande. Algumas paróquias chegam a ter, por vezes, de 20 a 30 comunidades e com grandes distâncias entre si”.
“A procura de sacramentos como Batismo, Eucaristia e Crisma é mediana. Na maioria das vezes, os missionários são os incentivadores para que a população veja a necessidade de receber os sacramentos. Há um número razoável de catequizandos se comparados à quantidade de habitantes”, detalhou.
O futuro sacerdote lembrou, ainda, que a região está em progresso, não sendo uma área que esteja em grande emergência, “mas ainda necessita de auxílio para que o Reino de Deus cresça e se estabeleça tanto no âmbito religioso quanto socioeconômico e educativo”.
Especificamente sobre as paróquias em que está realizando missão, Vitor comentou haver uma boa quantidade de pastorais e movimentos, sendo os mais ativos o Movimento Eucarístico Jovem e a Pastoral da Catequese. Em contrapartida, ele percebe a necessidade de que se estabeleça um grupo de Pastoral Familiar e da Pastoral Vocacional.

A FÉ DO POVO
No primeiro mês de missão, o Diácono seminarista Vitor verificou os traços maisfortes da espiritualidade dos católicos de Marabá: “Percebi uma grande devoção a Nossa Senhora, por meio da oração do Santo Terço, principalmente antes de todas as missas, e a Jesus Eucarístico, com a adoração todas as quintas-feiras,das 14h às 19h”.
O engajamento dos fiéis nas ações pastorais e festividades também é algo que lhe chamou a atenção: “Destaco o modo de celebrar o Festejo da Padroeira. Os leigos muito se empenham para contribuir tanto na parte religiosa quanto nasocial da igreja, com a doação e os sacrifícios que fazem de retirar um tempo em meio as sua muitas atividades e vivências para colaborar na cozinha, limpeza, preparação, decoração e ademais encargos”.
Ele também ressaltou os aprendizados que extraiu da convivência com três irmãs da Congregação das Missionárias de Cristo: “Pude perceber pela sua vida de oração, o modo como elas fazem o Reino de Deus acontecer por meio de sua atividade missionária em meio a pastorais e movimentos e no trato caridoso e alegre com o povo de Deus”.
Por fim, o Diácono seminarista comentou sobre o grande aprendizado que “trará na bagagem” quando regressar a São Paulo: “Carregar a missão e nossa vida vocacional com alegria, disponibilidade, junto ao povo, tendo sempre os olhos fixos no Senhor, fazendo tudo o que ‘Ele me disser’ (Jo 2,5)”.