Grito dos Excluídos aborda as mazelas sociais do País

Luciney Martins/O SÃO PAULO

No feriado do Dia da Pátria, 7 de setembro, aconteceu em diferentes cidades do Brasil a 29ª edição do Grito do Excluídos, com o lema “Você tem fome e sede de quê?”. O Grito, que ocorre desde 1995, tem o objetivo de questionar as razões do porquê tantas pessoas ainda viverem em situação de vulnerabilidade no País. O tema permanente desta iniciativa é “Vida em Primeiro Lugar”.

No Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no interior paulista, os participantes do Grito uniram-se aos da 36ª Romaria das Trabalhadoras e Trabalhadores para participar da missa das 9h, presidida por Dom José Reginaldo Andrietta, Bispo de Jales (SP) e Referencial nacional da Pastoral Operária.

Na homilia, o Bispo explicou que as origens do Grito dos Excluídos remontam à realização da 2ª Semana Social Brasileira, realizada em 1994, motivada pela Campanha da Fraternidade daquele ano, cujo tema foi ‘Fraternidade e os excluídos’ e o lema ‘Tive fome e me deram de comer, tive sede e me deram de beber’ (Mt 25,35).

Recordando a passagem bíblica da pesca milagrosa, Dom José Reginaldo lembrou que Cristo teve compaixão daqueles que tinham trabalhado a noite toda, mas nada haviam pescado. “Essa é a situação do povo que Jesus tem diante de si, um povo que luta para sobreviver, frustrado pelo insucesso. Jesus se compadece, sobe a barca de Simão, ou seja, a barca da Igreja, sua barca simboliza a realidade do trabalho, que é a realidade de missão da Igreja. Jesus encara a multidão certamente faminta… Os pescadores confiaram em Jesus. Lançando as redes em águas mais profundas…”.

NA CAPITAL PAULISTA

Em São Paulo, foram duas as concentrações para as atividades do Grito dos Excluídos. Um partiu da Praça Oswaldo Cruz em direção ao Parque do Ibirapuera; e outra ocorreu na Praça da Sé, iniciada com um café da manhã servido às pessoas em situação de rua.

Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese, acompanhou parte das atividades na Praça da Sé e às 12h presidiu na Catedral da Sé a Missa pela Pátria e pelo Povo Brasileiro.

Na homilia, ele recordou a realização do Grito dos Excluídos em diferentes partes do País, com pessoas “manifestando aquilo que as está incomodando, e trazendo as necessidades para que possamos ter um Brasil melhor, e, sobretudo, para que sejam atendidas as necessidades das pessoas mais pobres, mais necessitadas”, afirmou, ressaltando ser importante que a população se organize para reinvidicar melhorias para todos. “Rezemos, portanto, pelo bem de nosso País, pelos que governam e pelo bem do nosso povo”, exortou.

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