“O catequista é, ao mesmo tempo, testemunha da fé, mestre e mistagogo, acompanhante e pedagogo que instrui em nome da Igreja. Essa identidade só pode se desenvolver com coerência e responsabilidade por meio da oração, do estudo e da participação ativa na vida da comunidade.”
(Trecho da carta apostólica, sob a forma de motu proprio, Antiquum Ministerium, pela qual o Papa Francisco instituiu o ministério de Catequista)

O ano era 1978 e Matilde Augusta iniciava sua missão como catequista em um dos grupos de rua da então Basílica Nossa Senhora da Penha, na zona Leste de São Paulo.
Hoje aos 80 anos de idade, 47 dedicados à Catequese, ela recorda que nunca havia imaginado servir à Igreja por meio desse ministério. Apesar de participar das missas semanalmente, não se sentia preparada para assumir a responsabilidade de transmitir a fé às crianças.
Seu chamado aconteceu quando tentou inscrever sua filha, então com 7 anos, no grupo de pré-catequese de um dos núcleos formados pela Basílica. No entanto, as reuniões aconteciam longe de sua casa. Matilde, então, recebeu o convite para criar um núcleo catequético nas proximidades de sua residência, reunindo as crianças da vizinhança.
O grupo acompanhado por Matilde começou com sete crianças e, após dois anos, já contava com 25 participantes, o que tornou necessária a transferência dos encontros para a própria Basílica.
“Eu iniciei a catequese com muita alegria. Apesar de já ter uma formação religiosa, não sabia como ensinar, mas fui percebendo que nada é impossível quando se caminha com Deus”, recorda Matilde.

Hoje, ela continua sua missão como coordenadora, acompanhando a nova geração de catequistas do agora Santuário Nossa Senhora da Penha. Para as cinco catequistas que estão sob sua orientação, procura inspirar um ministério pautado no testemunho concreto da vivência do Evangelho, a partir da realidade de cada catequizando.
“Eu sempre digo: ser catequista não é como ser voluntária em outras áreas. O catequista é alguém que recebeu de Deus um dom, e é com esse dom que transmite o amor de Cristo às crianças”, explicou.
Mais do que transmitir conteúdos teológicos, Matilde acredita que o papel do catequista é tornar Jesus conhecido e amado. Para ser uma boa catequista, ela assegura ser preciso, antes de tudo, ter disposição para “anunciar Jesus com simplicidade e verdade. Se a criança compreende esse amor, ela está catequizada”, conclui.