No Santuário Nacional de Aparecida, Caminho Neocatecumenal celebra 50 anos de atuação no Brasil

Membros do Caminho Neocatecumenal lotam o Santuário de Aparecida, no domingo, 14, para celebrar o cinquentenário da presença no Brasil
Fotos: Assessoria CNC do Brasil

Provenientes de diferentes partes do Brasil, cerca de 40 mil membros do Caminho Neocatecumenal peregrinaram ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no domingo, 14, para um dia de louvor e graças a Deus pelos 50 anos da presença no Brasil deste movimento surgido na década de 1960, na Espanha, por iniciativa de Francisco (Kiko) Argüello.

Conforme definem seus estatutos, aprovados pela Santa Sé em 2008, o Caminho Neocatecumenal é um itinerário de iniciação cristã pós-batismal e que se coloca a serviço da Igreja para a nova evangelização.

O momento de ação de graças no Santuário Nacional começou com o anúncio do Querigma, durante o qual o Padre José Folqué, um dos responsáveis no Brasil pelo Caminho, juntamente com os missionários Raúl Viana e Antonia María (Tonha) Cendán, recordou que Cristo se entregou para a redenção da humanidade e que, assim, todos são capazes de amar como Ele amou.

RENOVAR-SE NA COMUNHÃO, PARTICIPAÇÃO E MISSÃO

Na sequência, o Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a celebração da Palavra, na qual destacou o amor das comunidades neocatecumenais pelo Evangelho. “É muito edificante saber que aos domingos vocês rezam os salmos em família, introduzem os filhos na escuta amorosa da Palavra e os iniciam na fé”, disse, alundindo às laudes dominicais feitas em família pelos membros do Caminho.

O Arcebispo de São Paulo lembrou que todos os movimentos e grupos na Igreja devem estar em comunhão, seguindo a fé que Cristo transmitiu aos apóstolos e que foi testemunhada ao longo dos séculos pelos cristãos.

Dom Odilo também pediu aos membros do Caminho que jamais se esqueçam da dimensão missionária da Igreja: “A celebração dos 50 anos do Caminho Neocatecumenal no Brasil é ocasião para renovar-se na comunhão, participação e missão; e de renovarmos a nossa vocação como povo missionário”, disse, recomendando a todos a mesma postura da Virgem Maria, que mesmo sem compreender completamente os desígnios de Deus, entregou-se por inteiro à vontade do Senhor.

Após a fala do Arcebispo de São Paulo, aconteceu a chamada vocacional, na qual 200 moços, 130 moças e 80 famílias aceitaram se colocar à disposição para ir em missão pelo mundo.

‘UMA FONTE DE RENOVAÇÃO ESPIRITUAL’

O dia de atividades foi encerrado com missa no Santuário Nacional, presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, tendo entre os celebrantes bispos e arcebispos de diferentes dioceses brasileiras. Houve ampla participação de leigos, presbíteros e seminaristas dos Seminários Arquidiocesanos Missionários Redemptoris Mater das Arquidioceses de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belém do Pará.

No começo da missa, o Cardeal Scherer leu a mensagem que o Papa Francisco enviou ao Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, por meio do Secretário de Estado da Santa Sé, o Cardeal Pietro Parolin, felicitando os membros do Caminho pelo jubileu: “Neste meio século, o Caminho tem sido uma fonte de renovação espiritual, de comunhão fraterna e evangelização, tocando a vida de inúmeras pessoas e famílias. O Papa Francisco agradece a Deus por todas as graças derramadas sobre vocês e por todos os frutos colhidos ao longo destes anos. Ele ora para que o Espírito Santo continue a guiar e fortalecer a cada um de vocês, para que possam ser sempre testemunhas vivas do amor e da misericórdia de Cristo”.

Na homilia, o Cardeal Tempesta recordou que o Papa Francisco tem reforçado a urgência de que se evangelize nas periferias geográficas e existenciais, algo que remete ao início do Caminho na favela de Palomeras Altas, em Madri, na Espanha, quando Kiko Argüello ali viveu e encontrou-se com a Serva de Deus Carmen Hernández.

“Olhar para o Caminho nos próximos anos é olhar para seus inícios, é olhar as periferias. No mundo de hoje, a comunidade que celebra a presença de Jesus em seu meio faz a diferença em nossas dioceses, em nosso País. Retomamos aqui todo o fervor, todo o amor do início e, com Maria, vamos aprender a dizer sempre sim à vontade do Senhor”, afirmou Dom Orani.

PRESENÇA NO BRASIL E EM SÃO PAULO

O Caminho Neocatecumenal chegou ao Brasil em 1974, e atualmente está em 105 dioceses, com 1,8 mil comunidades em 450 paróquias.

Membro da 1ª comunidade neocatecumenal da Paróquia Santa Margarida Maria, formada em abril de 1975 na Arquidiocese de São Paulo, Fernando Josepetti Fonseca explicou ao O SÃO PAULO como se dá a dinâmica do Caminho.

“Em todas as paróquias que nos solicitam, realizamos um conjunto de 15 catequeses ao longo de dois meses que culminam com uma convivência de um fim de semana. Estas catequeses iniciais são abertas a todas as pessoas a partir de 13 anos. O que importa é o desejo de conhecer a Jesus Cristo e de viver segundo Ele”, detalhou.

Fonseca apontou, ainda, que “como na Igreja primitiva, a aproximação de Jesus Cristo é fruto do testemunho de um cristão na vida cotidiana. Trabalhando e se relacionando no cotidiano com um cristão aparece o desejo de ser cristão, e não somente por meio de uma pregação. O Caminho se apresenta também como uma forma que leva o Cristianismo fora do ambiente paroquial, a todas as pessoas”.

Ao longo dos anos no Caminho, cada participante descobre a própria vocação, que “pode ser para o Matrimônio, o sacerdócio ou a vida consagrada; ou atuando na pregação como catequista de adultos e/ou nos serviços pastorais em uma paróquia”, explicou Fonseca.

Na capital paulista, o Caminho Neocatecumenal mantém o Seminário Arquidiocesano Missionário Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, erigido em 2011 pelo Cardeal Scherer, e realiza trabalho missionário com leigos e famílias que se colocam a serviço da Igreja. Saiba mais sobre o Caminho em https://cn.org.br.

(Com informações da assessoria de imprensa do Caminho Neocatecumenal)

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