Padre Libério Rodrigues Moreira é declarado venerável pela Igreja

O Papa Francisco autorizou na quinta-feira, 14, a promulgação dos decretos relativos a 19 novos beatos e 7 novos veneráveis, após audiência com o Cardeal Marcello Semeraro,  Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos.

Entre os novos veneráveis está o sacerdote brasileiro Libério Rodrigues Moreira, que exerceu o sacerdócio na Diocese de Divinópolis (MG). Ele nasceu em Lagoa Santa (MG) em 30 de junho de 1884 e faleceu em Divinópolis em 21 de dezembro de 1980.

Foto: Diocese de Divinópolis/Arquivo

Na Igreja Católica, o título canónico de venerável é concedido àqueles a quem postumamente seja reconhecida a prática de virtudes heroicas em processo formal de canonização.

Após ser reconhecido como Venerável, o candidato pode ser venerado pelos fiéis, ou seja, pode ser objeto de veneração pública e privada, com orações e outras formas de devoção. No entanto, para ser beatificado e canonizado, é necessário que o Venerável tenha um milagre comprovado, no caso da beatificação, e mais um milagre para a canonização. 

Cada etapa do processo de canonização envolve critérios rigorosos e exige a comprovação de fatos concretos e incontestáveis, para que a Igreja possa declarar a santidade de uma pessoa.

BIOGRAFIA DO PADRE LIBÉRIO

Os relatos históricos dão conta de que Padre Libério foi um sacerdote simples, humilde, pobre e viveu a sua vida dedicando-se unicamente ao Senhor e aos outros, de modo particular aos doentes e aos pobres, a quem ajudava material e espiritualmente. 

As comunidades cristãs que o tiveram como pároco consideraram-no um autêntico homem de Deus e os Superiores, conscientes da sua excelente capacidade pastoral, atribuíram-lhe o cuidado de múltiplas comunidades paroquiais ao mesmo tempo.

Os traços característicos do seu apostolado são marcados por uma intensa vida de oração, um estilo de simplicidade, pobreza, mansidão e uma grande aptidão para aconselhar e orientar espiritualmente as pessoas.

Nascido em 30 de junho de 1884 em Lagoa Santa (MG), ele cresceu num contexto familiar de grande pobreza. Após a morte prematura do pai interrompeu os estudos e foi obrigado a sustentar a família, dedicando-se ao trabalho no campo. Logo desenvolveu a vocação ao sacerdócio, mas somente graças à ajuda de um primo sacerdote que custeava as mensalidades anuais, o Venerável Servo de Deus foi aceito no Seminário Mariana.

Em 25 de abril de 1916 recebeu a ordenação sacerdotal. Tornou-se primeiro vigário na paróquia Pilar de Pitangui, onde permaneceu até 1924, exercendo também a função de mestre religioso. Mais tarde tornou-se pároco de Pequí e São José da Varginha e nesta localidade destacou-se como um excelente pároco, cuidando melhor dos fiéis que lhe foram confiados, relançando a vida paroquial e iniciando a construção de uma nova igreja.

Apreciando muito a sua capacidade pastoral, o Bispo transferiu-o para diversas paróquias para relançar a ação pastoral. Em 1939, foi enviado para a freguesia de Nova Serrana, onde permaneceu seis anos e posteriormente transferido para a de Leandro Ferreira, onde teve a missão de liderar duas comunidades ao mesmo tempo.

Em 1965, aos 81 anos, foi transferido para Pará de Minas onde recebeu a cidadania honorária por mérito social. No ano seguinte, a 25 de abril de 1966, celebrou cinquenta anos de sacerdócio acompanhado pelos fiéis, que admiraram o seu estilo pastoral e o empenho incansável que assumiu pelo bem deles. Em 1980 foi finalmente enviado para um lar de idosos em Divinopólis onde, apesar da idade avançada, continuou a prestar serviço pastoral a outros pacientes até à sua morte, em 21 de dezembro de 1980.

PROCESSO DE CANONIZAÇÃO

Particularmente devoto da Eucaristia, exortava os seus fiéis com solicitude paterna a frequentarem os sacramentos, praticando sobretudo a confissão e a Sagrada Comunhão. Apesar das inúmeras dificuldades, nunca desanimou, demonstrando extraordinária confiança na Divina Providência.

A fase diocesana do processo de canonização foi iniciada na Diocese de Divinópolis em 30 de julho de 2012 e concluída em 13 de novembro de 2016.

(Com informações da Congregação para a Causa dos Santos e da Diocese de Divinópolis)

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