Paris 2024: Brasil conquista mais 10 medalhas; Petrúcio é tri-paralímpico no atletismo

O atletismo puxou a fila de pódios brasileiros no segundo dia de competições nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024: foram cinco medalhas conquistadas nesta modalidade, sendo três de ouro e duas de bronze.

O primeiro ouro do dia foi de Júlio César Agripino, 33 anos, nos 5.000m da classe T11 (deficiências visuais). Ele concluiu a prova em 14min48s85, estabelecendo o novo recorde mundial. O Brasil também foi ao pódio com Yeltsin Jacques, 32, que conquistou a medalha de bronze (foto acima).

“É muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer, sempre tem altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô”, disse Júlio.

Também no lugar mais alto do pódio esteve Ricardo Mendonça, campeão nos 100m da classe T37 (paralisados cerebrais), com a marca de 11s26. “Eu fiz o que tinha que fazer. Saí tendo que correr o mais rápido possível, como meu treinador pede. Na final, não tem corrida bonita, tem corrida rápida. E essa foi rápida o suficiente para trazer o ouro”, declarou o atleta fluminense que ainda disputará a prova dos 200m, na qual é favorito ao ouro.

Já Giovanna Boscolo só pode comemorar a conquista de medalha no fim do dia. Ela terminou a prova do lançamento de club F32 na quarta posição, mas conquistou o bronze após a após desclassificação da atleta da Polônia, Roza Kozakowska, que tinha vencido esta competição.

PETRÚCIO É TRICAMPEÃO PARALÍMPICO

E na prova mais aguardada do dia, Petrúcio Ferreira, 27, ídolo do atletismo nacional, confirmou o favoritismo e chegou ao tricampeonato paralímpico nos 100m na classe T47 (deficiência nos membros superiores), correndo em 10s68. Foi sua sexta medalha na história das paralimpíadas, em uma prova de grande recuperação nos metros finais, após não ter largado tão bem.

“Sou muito grato por tudo isso, agradeço quem acredita no meu trabalho. Este ano, eu venho sofrendo muito, briga interna com meu corpo, muitas lesões, me machucando muito, muita cobrança, eu me cobro muito. Isso aqui é só diversão para mim”, disse Petrúcio, nascido em São josé do Brejo do Cruz (PB) e que aos dois anos de idade sofreu um acidente com uma máquina de moer capim e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo.

OURO E BRONZE NO TAEKWONDO

Do taekwondo viram outras duas medalhas, uma delas o ouro de Ana Carolina Moura, 29, na classe K44 (atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão), para atletas com até 65kg. Na final, ela derrotou a francesa Djelika Diallo.

“A minha medalha de ouro valeu a pena demais. Estou muito satisfeita porque é um trabalho em equipe. Todo mundo junto e um resultado de todos”, disse Ana Carolina Moura, que possui má-formação congênita no antebraço direito e começou a praticar taekwondo para se defender, após ser assaltada e perder um colar que havia ganhado de uma tia quando nasceu.

Na mesma classe funcional, mas pela categoria até 57kh, Silvana Fernandes conquistou o bronze ao vencer a cazaque Kamiyla Dosmalova por 28 a 3, repetindo a conquista que obtivera nos Jogos Tóquio 2020.

BRONZES NO TÊNIS DE MESA E NA NATAÇÃO

A bandeira brasileira também foi ao pódio na natação, com Talisson Glock, 29, medalhista de bronze nos 200m medley da classe S6 (comprometimento físico-motor).  Em Tóquio 2020, Talisson havia conquistado três pódios: ouro nos 400m livre e bronze nos 100m livre e no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos.

Depois, no revezamento 4x50m Livre 20 pontos – o Brasil também conquistou bronze, tendo na equipe o próprio Talisson, além de Daniel Mendes, Lídia Cruz, Patrícia Santos e Samuel Oliveira. A China levou o ouro e os Estados Unidos, a prata.

No tênis de mesa, a dupla formada pelas paulistas Cátia Oliveira e Joyce Oliveira ganhou o bronze após derrota para a dupla sul-coreana formada por Su Yeon Seo e Jiyu Yoon por 3 sets a 0 (parciais de 06/11, 09/11 e 11/13) nas semifinais das duplas femininas WD5.

Nos esportes coletivos, a seleção brasileira masculina de vôlei sentado perdeu a partida de estreia para a Alemanha por 3 sets a 0 (16/25, 29/31 e 19/25).

(Com informações e fotos do Comitê Paralímpico Brasileiro)

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