Paris 2024: em dia repleto de pódios no atletismo, Brasil chega à 4ª posição na paralimpíada

O Brasil conquistou 10 pódios na terça-feira, 3, nos Jogos Paralímpicos de Paris. Foram dois ouros, duas pratas e seis bronzes, fechando 48 medalhas no geral até o momento, levando o País à quarta colocação no quadro de medalhas com 14 de ouro, 10 de prata e 24 de bronze.

Fotos: CPB

OUROS PARA YELTSIN E JERUSA NO ATLETISMO

O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques conquistou o ouro e o paulista Júlio César Agripino o bronze nos 1500m da classe T11 (deficiência visual). Yeltsin fez o tempo de 3min55s82, quebrando os recordes mundial e paralímpico que eram dele mesmo, obtido nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 com 3min57s60. Júlio completou o percurso em 4min04s03. A prata ficou com o etíope Yitayal Yigzaw, que correu em 4min03s21.

“Tive uma lesão, quando me recuperei sofri com uma virose, isso atrapalhou um pouco nos 5000m. Mas nos 1500m é mais força, já sou forte geneticamente e deu tudo certo. Eu até tinha apostado que viria o recorde com 3min53s, ou 3min54s, veio com 3min55s. Muito feliz por repetir o que fiz em Tóquio, fruto de muito trabalho. O Brasil se tornou uma força nas provas de meio fundo e de fundo, pesquiso bastante sobre fisiologia, somos muito fortes e só temos a crescer e conseguir ótimos resultados”, disse Yeltsin.

Ele conquistou sua quarta medalha paralímpica, somando aos dois ouros em Tóquio 2020, um nos 5.000m e outro nos 1.500m, ambos na classe T11. Ele ganhou o bronze em Paris nos 5000m, prova em que Júlio Agripino foi ouro.

No lançamento de dardo, a baiana Raissa Machado conquistou a prata na classe F56 (competem sentados). Ela lançou em 23,51m e ficou atrás somente dos 24,99m de Diana Krumina, da Letônia. Essa é a segunda medalha de Raissa em Jogos. Em Tóquio 2020, ela também foi prata na mesma prova. No Mundial de Kobe 2024 ela conquistou a medalha de ouro.

A acreana Jerusa Geber ganhou a medalha de ouro na final dos 100m T11 (deficiência visual). Ela fez 11s83. Foi a primeira medalha de ouro de Jerusa em Jogos. Ela havia batido o recorde mundial da prova nas semifinais quando correu em 11s80  na segunda-feira, 2. Nesta mesma prova, Lorena Spoladore foi a medalhista de bronze.

A maranhense Rayane Soares conquistou a medalha de prata na final dos 100m T13 (deficiência visual), com o tempo de 11s78. Estabeleceu o novo recorde das Américas, que até então era o que havia feito nas eliminatórias. Foi também a primeira medalha paralímpica de Rayane na carreira.

Já o rondoniense Mateus Evangelista conquistou a medalha de bronze na final do salto em distância T37 (paralisados cerebrais). O salto que lhe garantiu o pódio foi em 6,20m, o seu melhor na temporada. Foi a terceira medalha de Evangelista em edições paralímpicas, que também havia sido bronze na mesma prova em Tóquio 2020. Ele também soma uma prata no Rio 2016.

2 BRONZES NA NATAÇÃO

A carioca Mariana Gesteira faturou a medalha de bronze nos 100m costas S9, destinada a atletas com limitações físico-motoras, com o tempo de 1min09s27. O ouro ficou com a americana Christie Raleigh-Crossley (1min07s92) e a prata com a espanhola Nuria Marques Soto (1min09s24).

Também foi medalhista de bronze Mayara Petzold nos 50m borboleta S6, destinada a atletas com limitações físico-motoras, com o tempo de 37s51. As chinesas Yuyan Jiang (35s03) e Daomin Liu (37s10) ganharam ouro e prata, respectivamente.

A pernambucana Carol Santiago, dona de duas medalhas de ouro nos Jogos de Paris, ficou na quinta colocação da prova dos 200m medley para atletas da classe SM13 (deficiência visual), com tempo de 2min30s05. A atleta brasileira é da classe SM12 e estava competindo contra adversárias que tem limitações visuais menores do que as dela.

O paulistano Victor Almeida encerrou a prova dos 100m costas para atletas da classe S9 (limitações físico-motoras) em 1min03s69, na quinta colocação. O nadador, de 16 anos, é o atleta mais jovem de toda a delegação brasileira.

BRUNA ALEXANDRE VAI AO PÓDIO NO TÊNIS DE MESA

A catarinense Bruna Alexandre conquistou a medalha de bronze nas disputas individuais da classe W10 (andantes) do tênis de mesa, na Arena Paris Sul.

O resultado veio com uma derrota na semifinal para a australiana Qian Yang por 3 sets a 2 (6/11, 11/3,  9/11, 11/9 e 11/3).  A adversária havia sido algoz de Bruna nos Jogos de Tóquio 2020, ocasião em que Bruna ficou com a prata. 

Esta foi a segunda medalha de Bruna nos Jogos Paralímpicos de Paris. Ao lado da também catarinense Danielle Rauen, ela também foi bronze nas duplas WD20. Bruna é a maior medalhista brasileira da modalidade, com seis pódios ao todo. 

A mesatenista também disputou os Jogos Olímpicos de Paris em 2024 e se tornou a primeira atleta com deficiência a participar dos dois eventos em um mesmo ciclo. 

Danielle Rauen também competiu na manhã desta terça pela classe WS9 (andantes) e alcançou as quartas de final ao vencer a croata Mirjana Lucic por 3 sets a 0 (11/8, 12/10 e 11/6). Já as paulistas Jennyfer Parinos (classe 9) e Cátia Oliveira (classe 2, cadeirantes) e a carioca Sophia Kelmer foram eliminadas da competição:  Jennyfer nas oitavas de final; Catia nas quartas de final.


ESPORTES COLETIVOS

Pentacampeão paralímpico do futebol de cegos, o Brasil empatou por 0 a 0 com a China e terminou em primeiro lugar no Grupo A, na última partida da fase de grupos, na Arena da Torre Eiffel. A França terminou em 2º no grupo. Agora, o Brasil encara a Argentina, na quinta-feira, em busca da final.

A seleção brasileira feminina de goalball venceu o Japão por 2 a 0, no Centro de convenções da Porta de Versailles, e se classificou para as semifinais em busca da inédita medalha. Os dois gols do Brasil foram marcados por Jessica Vitorino. A seleção terá pela frente a Turquia nas semifinais, na quarta-feira, 4.

O vôlei sentado masculino encerrou sua participação na fase de grupos com vitória por 3 a 1 sobre a Ucrânia.

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro

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