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Pesquisa mostra desafios do uso da IA no ambiente escolar

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A integração da inteligência artificial na educação já é uma realidade, mas o seu uso ainda é feito de modo desigual, sem orientações claras, com dúvidas sobre o aproveitamento dessa tecnologia. O debate traz novas reflexões e demandas para as políticas educacionais e a formação docente. É o que mostra o estudo Inteligência Artificial na Educação: Usos, Oportunidades e Riscos no Cenário Brasileiro, realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (CETIC.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR.

De acordo com a coordenadora Graziela Castelo, responsável pelo levantamento, o sucesso da integração da IA na educação depende de diretrizes mais claras por parte dos sistemas de ensino. O estudo aponta desigualdades quanto à adoção da inteligência artificial entre as redes de ensino pública e privada, destaca a especialista.

“Tem as escolas da rede privada com um pouco mais de infraestrutura. Tem acesso a internet, enfim, recursos múltiplos, diferentes dispositivos à disposição dos professores, telas, computadores, enfim. Mas essa desigualdade também é percebida nos estudantes do ponto de vista das aplicações de IA. Também já há um problema para que aqueles que têm acesso a ferramentas pagas, vão ter melhores condições de se posicionar, inclusive de fazer um melhor uso daquelas ferramentas, o que também já reproduz desigualdades, obviamente, no cenário brasileiro”.

Um dos pontos abordados no estudo pelos alunos, revela Graziela, é o medo do futuro.

“A gente tem um cenário de jovens que estão nesse momento anterior ao ingresso no mercado de trabalho, bastante receosos com o que vem pela frente. Então acho que tem um processo aí de formação, de dar o conhecimento necessário, de transmitir de maneira mais ampla,  o que significam essas ferramentas, que é super importante para justamente não gerar um futuro pessimista por parte dos jovens e um pouco essa sensação de paralisia. Então, acho que é um alerta para todos nós”.

Além disso, ressalta a coordenadora, muitos alunos relataram usar as ferramentas de IA além da sala de aula, como suporte de apoio emocional.

“Uma das grandes preocupações dos professores era justamente e tem visto dos alunos o uso de IA para o suporte emocional. Então, acho que é um ponto bastante importante aí que o estudo levanta e que gera muitos questionamentos. E de qualquer maneira, me parece que é um ponto de alerta aí para que os pais saibam que isso já está acontecendo, que é um mundo começando, mas já começa com muitas informações, com muitas questões para serem tratadas.

O estudo Inteligência Artificial na Educação: Usos, Oportunidades e Riscos no Cenário Brasileiro pode ser acessado na página cetic.br.

Fonte: Agência Brasil

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