Por São Paulo, começa a imunização contra a COVID-19 no Brasil

CoronaVac foi aplicada na tarde deste domingo, 17, em profissionais de Saúde e indígenas no Hospital das Clínicas, após aprovação de uso emergencial pela Anvisa

Enfermeira Mônica Calazans é a primeira a receber a dose da CoronaVac no Brasil; governador João Doria acompanha a vacinação realizada neste domingo, 17 (foto: Governo do Estado de São Paulo)

No dia em que o Brasil se aproximou do acumulado de 210 mil mortes por COVID-19, neste domingo, 17, foi iniciada a vacinação contra o novo coronavírus, após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial das vacinas CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan, e o imunizante AstraZeneca/Oxford, feito em parceria com a Fiocruz.

Como, por enquanto, só existem no país estoques da CoronaVac, este foi o imunizante aplicado hoje no Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em profissionais de Saúde de hospitais de referência no combate à pandemia e integrantes de populações indígenas.

Diante do governo de São Paulo, João Doria, de secretários estaduais e membros do Centro de Contigência do Coronavórus montado pelo governo paulista, a enfermeira Mônica Calazans, 54, que atua na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas foi a primeira pessoa a ser vacinada no Brasil.

Em coletiva de imprensa, Doria dedicou esse primeiro dia de vacinação aos familiares dos mais de 209 mil mortos pela COVID-19 no Brasil e enalteceu a atuação dos profissionais de Saúde que participaram do estudo clínico da vacina do Butantan. “São heróis, cujo trabalho é salvar vidas, proteger as pessoas, dar esperança e garantir, se possível, a vida e a existência. A coragem destes quase 13 mil voluntários vai ajudar a salvar milhões de brasileiros a partir de agora”.

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Plano de vacinação em São Paulo

A partir desta segunda, 18, entra em operação o plano logístico de distribuição de doses, seringas e agulhas, com envio das grades para imunização de trabalhadores de saúde de seis hospitais de referência do estado: HCs da Capital e de Ribeirão Preto (USP), HC da Campinas (Unicamp), HC de Botucatu (Unesp), HC de Marília (Famema) e Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).

As unidades foram selecionadas para a fase inicial porque são hospitais-escola regionais, com maior fluxo de pacientes em suas áreas de atuação. Todos devem iniciar nesta semana a vacinação de suas equipes, que totalizam 60 mil trabalhadores.

Na sequência, grades de vacinas e insumos também serão enviadas a polos regionais para redistribuição às prefeituras, com recomendação de prioridade a profissionais de Saúde que atuam no combate à pandemia. Os municípios também deverão imunizar a população indígena com apoio de equipes da atenção primária do SUS.

A divisão das grades considerou o quantitativo proporcional de vacinas esperado para São Paulo conforme o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde.

A campanha de imunização contra a COVID-19 em São Paulo será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do Ministério da Saúde. Assim, à medida que  a pasta viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação contra a COVID-19 serão divulgadas pelo Governo de São Paulo.

Cadastramento prévio

Ainda neste domingo, o governo paulista lançou o site www.vacinaja.sp.gov.br para agilizar a campanha de vacinação contra o COVID-19 no estado.

Todas as pessoas que já estejam aptas para receber a vacina do Butantan podem fazer um pré-cadastro. São elas: profissionais de saúde e indígenas.

O pré-cadastro não é um agendamento, mas vai garantir um atendimento mais rápido nos locais de vacinação e busca evitar a formação de aglomerações. No entanto, mesmo sem o cadastramento prévio, quem estiver nos grupos prioritários neste momento poderá tomar a vacina, desde que preencha um cadastro completo na unidade em que for vacinado. A maior parte dos profissionais de Saúde vai receber a vacina nos seus locais de trabalho.

No Hospital das Clínicas, por exemplo, a imunização das equipes será feita em um espaço de 1000 m² do Centro de Convenções Rebouças, situado ao lado do complexo hospitalar. Lá haverá 30 estações de vacinação que funcionarão, das 7h às 19h. Novamente, vale o lembrete: neste local, a vacinação será apenas voltada aos profissionais da Saúde do complexo HC, que serão convocados em horários determinados para não haver aglomerações.

Vacinação começará em todo o Brasil esta semana

Também neste domingo, o Ministério da Saúde informou que na segunda-feira, 18, dará início ao processo de transportar para os estados e ao Distrito Federal as 6 mil doses da CoronaVac, que estão em posse do Instituto Butantan.

“Nesta segunda-feira, às 7h, a distribuição das vacinas irá para todos os estados brasileiros, para que cada governo possa dar início ao plano de vacinação. O DLOG [Departamento de Logística em Saúde] vai fracionar, agora, as quantidades corretas para cada estado. A Força Aérea Brasileira vai fazer a entrega nos pontos focais. A partir daí os estados fazem a distribuição local”, explicou em entrevista, no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

A logística de distribuição das vacinas será realizada aviões e caminhões, compondo estes últimos uma frota de 100 veículos com áreas de carga refrigeradas, que até o final de janeiro aumentarão em mais 50.

O Ministério da Saúde terá o apoio da Associação Brasileira de Empresas Aéreas por meio das companhias aéreas Azul, Gol, Latam e Voepass, para transporte gratuito da vacina COVID-19 às unidades federadas do país que necessitam do transporte aéreo para a chegada das doses.

(Com informações do Governo de São Paulo e do Ministério da Saúde)

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