Rebeca Andrade, após sua 5ª medalha olímpica: ‘Ser referência é algo que vou levar pra sempre comigo’

No sábado, 3, na Arena Bercy, Rebeca Andrade voou para ser vice-campeã olímpica dos saltos nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ela ficou atrás apenas do fenômeno norte-americano Simone Biles.

Foto: COB

Com a conquista, Rebeca ingressou em um seletíssimo grupo de esportistas brasileiros com cinco medalhas olímpicas: os velejadores Robert Scheidt (dois ouros, duas pratas e um bronze) e Torben Grael (dois ouros, uma prata e dois bronzes).

“Poder representar isso é um orgulho, ser referência é algo que eu vou levar pra sempre comigo. Como a gente vê o Senna, como a gente vê vários esportistas que a gente pensa assim: ‘caramba, ele foi gigante, olha como ele me inspira, olha como ele age, olha como ele falou, olha como ela fez, olha como ela é’. Essas são coisas que ninguém vai tirar da gente, faz parte da gente. Então, quando alguém olha pra mim e fala “cara, eu assisti você e eu senti isso, a minha filha te adora, e meu sobrinho fez isso, aquilo, o outro” chega a arrepiar, assim, sabe?”, contou Rebeca.

Além da prata deste sábado, Rebeca foi vice-campeã olímpica do individual geral e bronze por equipes em Paris 2024. Em Tóquio 2020, ela foi campeã do salto e vice do individual geral.

Em Paris 2024, Rebeca Andrade ainda disputará outras duas finais na segunda-feira: na trave e no solo.  

“Eu nunca imaginei ganhar tantas medalhas numa Olimpíada. Eu queria muito ser medalhista, sonhava e coloquei como objetivo ser medalhista, mas eu não imaginava ter tantas medalhas assim. Então eu agradeço muito a minha equipe multidisciplinar, o meu treinador, a minha família que permitiram que essas coisas acontecessem. Se fosse por mim mesmo algumas vezes eu já teria desistido. Então por conta deles eu estou aqui e os meus sonhos, meus objetivos estão sendo alcançados”, disse Rebeca.

UMA JORNADA DE SUPERAÇÃO

Rebeca Andrade ingressou na ginástica artística ainda na infância. À época, Rosa, sua mãe, sustentava a família – com oito filhos – trabalhando como empregada doméstica. O dinheiro era escasso. Não foram poucas as vezes que Rebeca caminhava por cerca de duas horas para chegar ao ginásio de treinos, em Guarulhos (SP).

Tempos depois, um de seus irmãos, Emerson Rodrigues, comprou uma bicicleta. Nos dias de treino, ele levava Rebeca, ainda que para isso não tivesse tempo para almoçar, pois ele não podia se atrasar para a entrada na escola.

Aos 9 anos, Rebeca foi convidada para treinar em Curitiba (PR), no principal centro de ginástica do Brasil. Dona Rosa consentiu que a filha partisse, e sempre se comunicava com ela, especialmente nos momentos de maior dificuldade como nas lesões de 2015, 2017 e 2019, que obrigaram a atleta a fazer cirurgias.

Em 2021, ela alcançaria suas primeiras medalhas olímpicas: prata no individual geral e ouro na trave. Ainda em 2021, a brasileira conquistou uma medalha de ouro e uma de prata no mundial. No ano seguinte, mais uma medalha de ouro e uma de bronze. No Campeonato Mundial de 2023, ela ganhou uma medalha de ouro, três medalhas de prata e uma medalha de bronze.

(Com informações do COI e COB)

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