Cinco ondas de calor, três chuvas intensas, uma onda de frio, uma inundação, uma seca e um ciclone extratropical. De acordo com um relatório lançado no dia 8 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) estes foram os 12 eventos climáticos extremos verificados no Brasil no ano passado.
A onda de calor que atingiu a Amazônia em julho 2023 foi considerada sem precedentes e contribuiu para uma das piores secas já registradas. O nível do Rio Negro caiu para 12,70m em 26 de outubro, o mais baixo já registrado desde 1902. O calor intenso afetou também a vida selvagem: no Lago Tefé, mais de 150 botos cor-de-rosa foram encontrados mortos no final de setembro, com a temperatura da água atingindo um recorde de 39,1°C. Além disso, na Amazônia foram registrados 22.061 focos de incêndio em outubro, o pior recorde para o mês desde 2008, resultando em fumaça intensa sobre a cidade de Manaus (AM).
O segundo evento sem precedentes registrado no Brasil em 2023 foi um ciclone extratropical no Rio Grande do Sul, em setembro, que gerou chuvas volumosas, fortes rajadas de vento e causou impactos severos, em especial no Vale do Taquari, em cidades como Muçum e Roca Sales, as quais, como outros municípios gaúchos, voltaram a ser devastadas pelas enchentes das duas últimas semanas.
O relatório da OMM menciona, ainda, que pelo menos 65 pessoas perderam a vida após chuvas torrenciais provocarem enchentes e deslizamentos de terra em São Sebastião (SP), em fevereiro de 2023. No Brasil, tanto o excesso de chuvas quanto a seca, ligados ao El Niño, atrasaram o plantio de soja. Além disso, mais de mil cabeças de gado morreram com uma onda de frio no Mato Grosso do Sul, causando um prejuízo estimado de R$ 3 milhões.
Fonte: ONU News