O Cristianismo primitivo: presença e organicidade

“Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no Templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração” (At 2, 46). A presença da Igreja se manifestava em todos os lugares e para todas as pessoas. Os Apóstolos pregavam no Templo e nas casas. Pregavam aos judeus e aos pagãos. Todas as pessoas eram chamadas, e, ainda hoje, são convidadas a fazerem parte do Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo.

“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos […]” (Mt 28, 19). Ao mandato de Cristo Jesus, os Apóstolos saíram em missão, pregando a Boa Nova do Redentor, em todos os ambientes, e, sobretudo, nas grandes cidades do Império Romano. Os Apóstolos saíram de Jerusalém e chegaram a Antioquia, da Síria, a Alexandria, no Egito, e, ao centro do Império, a cidade de Roma. Ouviram do Senhor o mandato e mantiveram-se firmes no propósito de anunciar Jesus Cristo às nações. “[…] E eis que estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos!” (Mt 28,20). O Salvador escolheu os Apóstolos, os convocou e os enviou para a missão de evangelizar. O Cristianismo nasceu com Jesus Cristo e, a presença da Igreja, deveu-se muito ao dinamismo e coragem dos seus seguidores, sobretudo, o testemunho dos Apóstolos.    

Cristo Jesus anunciou a Boa Nova aos judeus. Ele esteve no Templo e nas sinagogas. Ele pregava por onde passava, desde a Galileia, passando pelo Samaria, até chegar em Jerusalém, na Judeia. O seu discipulado era composto por judeus e por homens e mulheres de outras etnias que circulavam pela Palestina. Os Apóstolos, a princípio, serviram-se das mesmas estruturas utilizadas pelo Redentor. As pregações aconteciam nas casas, e, também, nas sinagogas. A Boa Nova foi anunciada aos judeus e aos pagãos. “Eis o que é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tim 2, 3-4). A organicidade da Igreja, nos seus primórdios, buscava falar aos judeus, por meio do Antigo Testamento, e aos pagãos, comunicava-se mediante o Evangelho, para que todos ouvissem a mensagem salutar apresentada pelo Bom Pastor, Cristo Jesus. O Apóstolo Paulo nos disse que a Igreja presente em Corinto dispunha de Apóstolos, Profetas e Doutores (cf. 1 Cor 12,28). O mesmo Apóstolo Paulo nos confirmou que a Igreja presente em Antioquia era composta de Profetas e Doutores (cf. At 13, 1).

Presente em todos os ambientes do Império Romano, e, principalmente, nas cidades, os Apóstolos começaram a organizar a Igreja e a sistematizar a Palavra deixada pelo Ressuscitado. Ministérios foram criados para assegurar a organicidade da Igreja. Importante ver a presença dos bispos, presbíteros e diáconos nas Sagradas Escrituras. A Igreja formada pelos batizados “[…] batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei […]” (Mt 28,19-20) foi sendo, minuciosamente, organizada e sistematizada pelo sacramento da Ordem, para que a Palavra Revelada não se perdesse.

Paulatinamente, a Igreja de Cristo Jesus foi estabelecendo uma estruturação e uma sistematização próprias. As Sagradas Escrituras nos trazem o ministério do bispo (cf. 1 Tim 3,1); o ministério do presbítero (cf. Tt 1,5-9) e o ministério do diácono (cf. At 6,1-7). Os ministérios foram instituídos para melhor organizar a Igreja de Cristo Jesus. O Divino Mestre chamou os doze Apóstolos (cf. Mc 3, 13-19) e escolheu Pedro para que mantivesse a Igreja na unidade da sua mensagem anunciada (cf. Jo 21,15-17).  Desde o início, o Cristianismo possui um ordenamento, disposto pelo próprio Salvador da humanidade. O Bom Pastor edificou a sua Igreja e a quis alicerçada pelos Apóstolos, tendo Pedro à frente, para assegurar a sua Doutrina e a unicidade da sua mensagem.

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