O que é importante saber sobre a Confissão?

Foi concluído na segunda-feira, 3, o curso de extensão sobre o sacramento da Penitência (Confissão), promovido pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pela Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, ambas da Arquidiocese de São Paulo.

A formação, realizada na modalidade on-line, teve o objetivo de oferecer um aprofundamento bíblico, teológico, pastoral e canônico sobre este sacramento, também chamado de Reconciliação.

A partir do conteúdo das aulas e de informações do Catecismo da Igreja Católica, O SÃO PAULO apresenta a seguir os principais aspectos sobre o sacramento da Penitência:

COMO ESSE SACRAMENTO É CONHECIDO?

Sacramento da Conversão, porque realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão e o esforço de regressar à casa do Pai, da qual o pecador se afastou pelo pecado.

Sacramento da Penitência, porque consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador.

Sacramento da Confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste sacramento. Em um sentido profundo, este sacramento é também uma “confissão”, reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador.

Sacramento do Perdão, porque pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus concede ao penitente “o perdão e a paz”.

Sacramento da Reconciliação, porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia: “Deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Cor 5,20).

QUEM PODE SE CONFESSAR?

Todo o fiel batizado, a partir da idade da razão (7 anos) é obrigado a confessar os seus pecados graves ao menos uma vez por ano e antes de receber a Sagrada Comunhão Eucarística.

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O QUE É NECESSÁRIO PARA SE CONFESSAR?

O diligente exame de consciência; a contrição (ou arrependimento), que é perfeita quando motivada pelo amor a Deus, e imperfeita, se fundada sobre outros motivos, e que inclui o propósito de não mais pecar; a acusação dos pecados; a satisfação, ou seja, a penitência indicada pelo sacerdote, como forma de reparar o dano causado pelo pecado; dar graças pelo perdão recebido; e renovar o propósito de não pecar novamente.

O QUE CONFESSAR?

Devem ser confessados todos os pecados graves (mortais) ainda não confessados, isto é, aqueles em que há matéria grave, plena consciência e consenso deliberado, podendo se referir diretamente a Deus, ao próximo ou a si mesmo.

Recomenda-se, contudo, que os fiéis também tenham o hábito de confessar regularmente os pecados leves (veniais), ou seja, aqueles que possuem matéria leve, ou mesmo grave, mas sem pleno conhecimento ou sem total consentimento, que, embora não rompam a aliança com Deus, enfraquecem a caridade na alma.

QUEM É O MINISTRO DESTE SACRAMENTO?

Cristo confiou o ministério da reconciliação aos seus apóstolos, aos bispos, seus sucessores, e aos presbíteros, seus colaboradores. Eles exercem o poder de perdoar os pecados em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

COMO DEVE SER CELEBRADO?

O modo ordinário para a celebração da Penitência é a confissão individual e íntegra (todos os pecados graves cometidos), seguida da absolvição dada pelo legítimo ministro da Igreja (padre ou bispo) que age na pessoa de Cristo.

QUANDO SE PODE ABSOLVER VÁRIOS PENITENTES AO MESMO TEMPO?

A absolvição geral sem a prévia confissão individual dos penitentes somente é permitida quando:

  • Há perigo de morte e tempo insuficiente para que se ouçam individualmente os penitentes;
  • Diante de grave necessidade: grande número de penitentes, poucos confessores, tempo insuficiente para confissão individual, de modo que os penitentes ficariam, sem culpa própria, por muito tempo sem a graça sacramental ou sem a comunhão. As duas condições devem se apresentar conjuntamente e somente o bispo diocesano pode julgar a necessidade de aplicar esse modo de absolvição segundo critérios próprios da legislação eclesiástica.

Nessas situações, cada fiel deve se comprometer, assim que possível, a confessar individualmente os pecados graves que não pôde confessar na ocasião.

ONDE SE CONFESSAR?

O Direito Canônico estabelece que o lugar próprio para a Confissão é a igreja ou oratório, em confessionários tradicionais. Quando não for possível, a legislação complementar da conferência episcopal permite que seja celebrado em “lugar apropriado: preparado para essa finalidade, discreto, claramente indicado e de fácil acesso”.

Vale ressaltar que o confessionário preserva a privacidade do penitente, que tem direito ao anonimato e a integridade do confessor.

EM QUE CONSISTE O SIGILO SACRAMENTAL?

Todo confessor está obrigado a manter o sigilo sacramental, isto é, o absoluto segredo acerca dos pecados conhecidos em Confissão, sem nenhuma exceção e sob penas severíssimas. Isso inclui informações como as circunstâncias e possíveis cúmplices, a penitência imposta e até se a absolvição foi negada.

Além do confessor, estão obrigados ao sigilo eventual intérprete, nos casos em que houver, e todos os que tomam conhecimento da matéria da confissão, como, por exemplo, alguém que, ao passar perto do confessionário, acaba ouvindo, sem intenção, a confissão de outra pessoa.

QUAIS SÃO OS EFEITOS DESTE SACRAMENTO?

  • A reconciliação com Deus e, portanto, o perdão dos pecados;
  • A reconciliação com a Igreja;
  • A recuperação, se perdida, do estado de graça;
  • A remissão da pena eterna merecida por causa dos pecados mortais e, ao menos em parte, das penas temporais que são consequência do pecado;
  • A paz e a serenidade da consciência, e a consolação do espírito;
  • O acréscimo das forças espirituais para o combate cristão.
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Lucidalva Santos
Lucidalva Santos
7 meses atrás

Parabéns! Uma informação importante e útil na vida do cristão católico.