
Novos mandatos para prefeito e vereador acabam de se iniciar nas cidades brasileiras. É um bom momento para nos perguntarmos: o que as gestões municipais podem fazer por nossas famílias?
Os extremismos políticos tendem a querer ou um autoritarismo ideológico que sufoca a família, sob a alegação que apenas o Estado pode realmente defender os direitos do cidadão, ou uma espécie de “anarcoliberalismo” que supõe que o Estado pode ser totalmente suprimido, para que os indivíduos, entregues à sua autonomia e às próprias forças, possam melhor administrar suas famílias. Os dois extremos deixam a família desprotegida, ainda que de formas diferentes. O centralismo autoritário sufoca o modo de ser e os valores próprios das famílias, tenta incutir um modo de ser e uma mentalidade estranha ao convívio familiar, fragilizando os laços que deveriam ser fortalecidos para o bem das pessoas. A supressão total da ação do Estado deixa de dar a segurança e a proteção básicas que uma família necessita em uma sociedade complexa. A segurança pública, o combate às drogas, o zelo pela qualidade da educação, a pobreza extrema, o atualíssimo problema do uso excessivo das telas por crianças e adolescentes são exemplos de situações nas quais as famílias precisam de apoio do Estado para um enfrentamento adequado.
A Doutrina Social da Igreja supõe um diálogo subsidiário, no qual a família tem a sua justa autonomia e protagonismo, enquanto é apoiada (“subsidiada”) pelo Estado, que, assim, cumpre seu devido papel social. Bento XVI, na Caritas in veritate, lembrando São João Paulo II, bem dizia, nem só Estado, nem só mercado, mas Estado, mercado e sociedade – e nesse tripé a sociedade deveria ser a base que é servida pelas demais (cf. CV 38).
Para nos ajudar a entender como pode se dar esse diálogo, recorremos ao Family Talks, organização que produziu, em 2024, uma cartilha intitulada Como apoiar as famílias em sua proposta de governo, voltada aos candidatos a prefeito nas cidades brasileiras. As análises e indicações aqui apresentadas são baseadas nesse documento.

Family Talks é um programa de advocacy que tem como objetivo propor ações para a defesa dos direitos e o fortalecimento das famílias junto a lideranças nas esferas civis e governamentais. O programa está vinculado à ADEF (Associação de Desenvolvimento da Família), uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, apartidária e não confessional, fundada em 1978. A missão da ADEF é promover projetos para o fortalecimento dos vínculos familiares por meio da defesa de direitos e da ação direta com as famílias.
Para conhecer melhor o Family Talks, veja: https://familytalks.org/.