Igreja ‘em saída’ para um mundo ferido

Vatican Media

“Aquilo de que a Igreja mais precisa hoje é a capacidade de curar as feridas e de aquecer o coração dos fiéis, a proximidade. Vejo a Igreja como um hospital de campanha depois de uma batalha. É inútil perguntar a um ferido grave se tem colesterol ou açúcar altos. Devem curar-se as suas feridas. Depois, podemos falar de todo o resto […] O mais importante é o primeiro anúncio: ‘Jesus Cristo salvou-te!’. E os ministros da Igreja devem ser, acima de tudo, ministros de misericórdia. O confessor, por exemplo, corre sempre o risco de ser ou demasiado rigorista ou demasiado laxista. Nenhum dos dois é misericordioso […] O rigorista lava as mãos porque remete-o para o mandamento. O laxista lava as mãos dizendo simplesmente ‘isto não é pecado’ ou coisas semelhantes. As pessoas têm de ser acompanhadas, as feridas têm de ser curadas” (Entrevista ao Padre Antonio Spadaro, 19/ago/2013).

“Convido todo cristão a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele […] Quem arrisca no Senhor não se desilude; quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já o aguardava de braços abertos” (Evangelii gaudium, EG 3).

“A Igreja ‘em saída’ é a comunidade de discípulos missionários que primeireiam, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. Primeireiam – desculpai o neologismo – tomam a iniciativa! A comunidade missionária experimenta que o Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor (cf. 1 Jo 4,10). Por isso […] vive um desejo inexaurível de oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força […] O Senhor envolve-Se e envolve os seus, pondo-Se de joelhos diante dos outros para os lavar; mas, logo a seguir, diz aos discípulos: ‘Sereis felizes se o puserdes em prática’ (cf. Jo 13, 17)” (EG 24).

“Saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! […] Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças […] Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida” (EG 49).

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