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O catolicismo no mundo

O Cristianismo é a maior religião do mundo, com aproximadamente 2,4 bilhões de adeptos no planeta. A Igreja Católica contava com cerca de 1,406 bilhão de membros em 2023, representando por volta de 17,7% da população mundial. A distribuição geográfica e os padrões de crescimento variam entre as regiões, refletindo diferentes dinâmicas de secularização, conversão religiosa e demografia. O crescimento católico concentra-se principalmente na África, impulsionado por altas taxas de fertilidade, pela atividade missionária e pela extensa rede de serviços sociais da Igreja. Em contraste, o catolicismo enfrenta pressões na Europa devido à secularização e às baixas taxas de fertilidade. Na América, há competição com o protestantismo evangélico. Nesses continentes, os processos de urbanização e modernização tendem a enfraquecer as estruturas tradicionais de fé, exigindo uma nova forma de comunicar a Boa-Nova.

A Europa, segundo uma pesquisa do Eurobarometer de 2019, apresentava 64% da população identificando-se como cristã, e cerca de 41% como católica. A secularização acelerada e baixas taxas de fertilidade impulsionam o declínio. Paradoxalmente, o continente onde a Igreja Católica foi mais forte é também aquele onde o Cristianismo mais mostrou a fragilidade da condição humana: contratestemunhos de autoridades religiosas, guerras fratricidas com pretextos religiosos, falta de um diálogo adequado com a Modernidade e recentes escândalos de pedofilia minaram a credibilidade do Cristianismo ao longo dos séculos.

Fortemente influenciada pelo secularismo, a América do Norte também apresenta cerca de 64% de cristãos na população, mas apenas 21% de católicos. A dinâmica do Cristianismo, contudo, não é a mesma nos dois continentes. Uma comparação entre Alemanha e Estados Unidos, dois países com um Cristianismo plural, ilustra as diferenças. Na Alemanha, cerca de 45% da população se identifica como cristã, com católicos representando 24%. Nos Estados Unidos, aproximadamente 62% se identificam como cristãos, com 19 a 21% de católicos. Enquanto na Alemanha o Cristianismo e de modo especial o catolicismo, apresenta uma tendência de declínio constante, nos Estados Unidos ambos parecem estabilizados na última década.

Concentrando 40% dos católicos do mundo (Pew Research Center), é a região mais católica do planeta, mas o protestantismo evangélico ganha terreno. Segundo o Latinobarômetro, em 2024, 53% da população era católica e 73% cristã. Em países como o Brasil, há grande deslocamento do catolicismo para o Cristianismo evangélico ou mesmo para uma religiosidade sem afiliação confessional, com a permanência de uma população predominantemente cristã.

Apesar da intensa perseguição religiosa, com atentados, ataques a igrejas e comunidades, a África é o continente onde o Cristianismo mais cresce no mundo. Estima-se que o catolicismo aumentou de 1% da população em 1910 para 21% em 2010. Em 2025, aproximadamente 62% se identificam como cristãos, segundo o Pew Research Center. Estima-se que os católicos são cerca de 18,5% da população.

No Oriente Médio e norte da África, o Cristianismo enfrenta grande dificuldade. Além da perseguição religiosa e dos atentados, que levaram à emigração de grande parte da população cristã em países como Afeganistão, Arábia Saudita, Irã, Somália, Iêmen e Líbia, as igrejas cristãs e as conversões são proibidas, devido à aplicação da lei islâmica. A população cristã varia entre 5% e 10%, sendo a católica de 2% a 8%.

Nesta região, o Cristianismo é minoritário. Os cristãos representam 8% a 12% da população e os católicos de 3% a 5%. Apenas Filipinas (79%) e Timor-Leste (97%) possuem populações católicas significativas. Na Índia, a perseguição limita o crescimento, enquanto no Sudeste Asiático parece haver um certo crescimento, apesar da perseguição em países como Indonésia, Mianmar e Vietnã.

Na Austrália e Nova Zelândia, cerca de 50 a 60% da população é cristã, e 20 a 25%, católica. O contexto é similar ao das nações ocidentais, com declínio na afiliação religiosa.

A população cristã no Japão, Taiwan, Hong Kong, Macau e Mongólia não chega a 5% do total, e os católicos são menos de 2%. Na Coreia do Sul, o Cristianismo se desenvolveu mais, chegando a algo entre 15% e 25% da população, sendo cerca de metade deste número formado por católicos.

Devido à perseguição e à tentativa do governo de se apropriar do catolicismo, a Igreja enfrenta muitas dificuldades na China. Católicos são menos de 1% da população. Somados, todos os cristãos não chegam a 10%.

Os cristãos (principalmente ortodoxos) representam 70% a 75% da população, sendo os católicos latinos menos de 1%. A Igreja Ortodoxa sobreviveu à década de perseguição no período soviético e experimentou um renascimento após a queda do comunismo.

Nota: as projeções internacionais são imprecisas. Nem todos os países têm recenseamentos periódicos e a perseguição pode levar cristãos a não declararem sua fé publicamente.

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