
A educação dos jovens é um desafio cada vez maior para as famílias. Sociedades complexas trazem problemas também complexos e dificultam a interação necessária entre pais e filhos. Os desafios são ainda maiores para famílias em situação de vulnerabilidade por dificuldades financeiras, doenças graves ou violência familiar. Mas todas podem se beneficiar com programas que as ajudem a assumir melhor seu protagonismo na educação dos filhos.
Não são programas para substituir as famílias, mas sim para fortalecê-las, ajudando-as a compreender o contexto em que vivem seus filhos e dar-lhes apoio nas dificuldades, desenvolver laços familiares mais fortes e administrar melhor suas emoções e seu desgaste psicológico com as dificuldades cotidianas.
As queixas de pais e as causas pelas quais as escolas encaminham para atendimento psicoterápico de crianças e adolescentes consistem, com muita frequência, em problemas de comportamento. A habilidade de compreender as próprias emoções, não deixando que nos afetem de modo negativo ou intenso é fundamental tanto para um desenvolvimento saudável, conquistas de sonhos e metas, quanto para a vida em sociedade. Tal habilidade depende, para se desenvolver, de um contexto familiar adequado – e os próprios pais muitas vezes precisam ser apoiados para saber como se comportar e orientar os filhos.
Tais iniciativas podem estimular e fortalecer a parceria entre a família e a escola, fundamental para uma boa formação dos jovens, Também podem capacitar pais e cuidadores para prevenir negligência, violência doméstica e abuso de substâncias, além de promover uma abordagem integral do desenvolvimento das crianças e dos jovens, envolvendo saúde, educação, assistência social, cultura, esporte e segurança pública.
Estes programas podem ser particularmente úteis na prevenção ao uso de álcool e drogas, tanto no ambiente escolar quanto fora dele, e para desenvolver o uso consciente de telas (celulares, computadores, TV etc.). São situações nas quais a família tem que enfrentar fatores externos, que escapam a seu controle, e desafios novos, que os pais podem não ter enfrentado na sua juventude.
O apoio governamental pode viabilizar muitos programas e iniciativas nessa perspectiva. Os custos são relativamente baixos, similares a campanhas de vacinação, e o retorno é alto. Deve-se ter sempre em mente, contudo, que cabe ao Estado apoiar as famílias e comunidades nesse esforço conjunto e nunca querer se impor a elas, a partir de uma dada posição ideológica ou partidária.
*Com base nas recomendações elencadas pelo Family Talks, em Como apoiar as famílias em sua proposta de governo.