A Igreja de Cristo Jesus, no período antigo da História, marcou presença na sociedade. Nascendo e vivendo seus primeiros séculos, inserida no Império Romano, a Igreja anunciava, corajosamente, o Evangelho do Salvador e Redentor, em meio às pessoas das classes sociais, etnias e cultos que conviviam no imenso Império.
As Fontes nos atestam que os cristãos, na Igreja primitiva, buscavam e viviam o testemunho da fé no Cristo Ressuscitado, e, muitas vezes, eram levados ao martírio pelas autoridades romanas. As festas romanas aconteciam nos circos, e para manifestar o desprezo e o escárnio, os seguidores de Jesus Cristo eram jogados nas arenas para serem mortos pelas feras e pelos gladiadores. A belíssima frase de Tertuliano (160-220): “O sangue dos mártires é a semente dos cristãos” marca uma época de verdadeiros e autênticos conhecedores e testemunhas da fé no Ressuscitado.
De fato, os historiadores registraram magníficas obras, lembrando as atitudes dos primeiros cristãos. Eles descreveram esplêndidas páginas da História do Cristianismo, quando relataram a heroicidade de homens e mulheres, que preferiram a morte, seguindo o Redentor do gênero humano, a cultuar ídolos e personalidades bizarras do Império Romano.
Os primeiros séculos do Cristianismo também foram marcados por contradições. Assim que muitos morriam pela fé na Ressurreição, no interior das comunidades cristãs surgiam e eram divulgadas muitas heresias. Os teólogos dos primeiros tempos, à luz da Sagrada Escritura, procuravam sistematizar as questões da fé. Surgiam os tratados sobre Jesus Cristo; sobre a Santíssima Trindade e outros ainda que estavam sendo estudados e maturados, para o anúncio de Jesus Cristo.
No século IV, o presbítero Ário (250-336) aparece na História falando que Jesus Cristo não é Deus. Afirmando a humanidade de Jesus, ele negava a divindade de Cristo. A proposição dividia a comunidade cristã e, ao mesmo tempo, ganhava muitos adeptos, causando contendas e divisões. Em meio ao testemunho e martírio, disseminava a heresia ariana, que dividia a Igreja nos seus primórdios.
No ano de 325, em Niceia, foi convocado o primeiro Concílio Ecumênico. Diante de tantos enunciados, o arianismo ganhava relevância e era disseminado entre os crentes no nascente Cristianismo. Tornava-se essencial resolver a querela e extirpar a heresia. Simultaneamente, necessitava-se definir, com clareza e objetividade, à luz da Sagrada Escritura, a Pessoa Divina e Humana de Jesus Cristo. Os padres conciliares, depois das narrativas de Ário, condenaram o arianismo e proclamaram a íntima relação entre a divindade e humanidade em Jesus Cristo. Somado ao Concílio Ecumênico em Niceia, a Igreja celebrou, em 381, o Concílio Ecumênico em Constantinopla. Desses dois Concílios Ecumênicos nasceu o Credo Niceno-Constantinopolitano, com a riqueza dos artigos de fé nele contidos.
Celebrando os 1.700 anos do Concílio Ecumênico de Niceia, sejamos portadores do anúncio querigmático da pessoa divino-humana de Cristo Jesus à humanidade. Sem querelas ou parcialidades, portemos o nome do Salvador e sua mensagem aos homens e mulheres do nosso tempo.
Prezado Prof. Pe Ulisses
Obrigada pela reflexão que nos proporciona por meio desse pequeno texto. Sem dúvida cada tempo da história é momento propício para revermos nossa missão e tudo aqui que Cristo Jesus nos convoca. Nesse Ano Jubilar, recebemos uma dupla missão: celebrar a Esperança e anunciá-la a todos os homens e mulheres de nosso tempo que está tão carente e tão necessitado. Fazer memória dos 1.700 anos do Concílio Ecumênico de Niceia, também é uma boa oportunidade para redescobrirmos os caminhos de Deus na história de toda a humanidade.
Mais uma vez, receba meu muito obrigada.
Como sempre o Padre Ulisses é pontual em seus artigos trazendo a nós leigos leitores um maior aprendizado sobre a história de nossa religião e sobre o nosso Salvador Jesus Cristo. Peço a Deus que continue o guiando e protegendo seu ministério! A paz de Cristo e o amor de Maria Santíssima estejam contigo!
É sempre bom que sejamos lembrados dos fatos e períodos importantes da Igreja, como o concílio de Niceia, de modo que nós fiéis possamos entender os fundamentos de nossa fé!
Obrigada, Pe. José Ulisses Leva por sua contribuição ao estudo e entendimento do histórico concílio, no qual estiveram presentes vários representantes da nossa Igreja: leigos, diáconos, presbíteros, bispos e os delegados do papa Silvestre – bispo de Roma – que estava impossibilitado de comparecer pessoalmente. Todos unidos pela fé no “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”. Fraternal abraço!
Padre Ulisses
Muito obrigada por compartilhar o seu profundo conhecimento que é o resultado de sua dedicação aos estudos
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O texto deixa claro o quanto a propagação do cristianismo foi difícil, principalmente no início, nós católicos devemos sempre nos lembrar dos martirizados em nome de Jesus e também louvar a decisão do concílio para reestruturar o seguimento cristão que estava quase se dissipando.