A cada passo dado, festejemos e façamos memória!

Celebrando, com solenidade litúrgica, a Conversão de São Paulo Apóstolo, padroeiro da nossa Arquidiocese, dirigimos o atencioso olhar de veneração a este grande discípulo missionário de Jesus Cristo e dele fazemos memória, pois o Apóstolo das Nações não é um simples personagem do patrimônio cristão do passado, mas é a nossa história, sempre atual. Paulo Apóstolo, com suas Cartas, continua nos exortando a viver e anunciar com ardor o Evangelho de Jesus Cristo e a edificar a Igreja de Deus, lugar primordial da nossa santificação.

Assim, também, nesta grande festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, dirigimos um atencioso olhar de veneração para aquela manhã de 25 de janeiro de 1554, na qual o Padre Manoel de Paiva celebrou a missa de fundação desta cidade, no atual Pateo do Collegio, com a presença de São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil. E, desse fato, fazemos memória, pois nele estão as raízes da vigorosa Igreja Particular de São Paulo que, passo a passo na história, foi sendo edificada, tornando-se Diocese em 6 de dezembro de 1745, com a bula papal de Bento XIV, e, por fim, elevada à categoria de Arquidiocese, em 7 de junho de 1908, com a bula papal de São Pio X.

E, aqui, estamos, hoje, celebrando a Conversão do Apóstolo, em 25 de janeiro de 2024, momento oportuno para dirigirmos o atencioso olhar de veneração para a história mais recente da Arquidiocese de São Paulo, fazendo memória dos seus sucessivos arcebispos e dando graças a Deus pelo caminho de fé, de testemunho e de ação evangelizadora do Povo de Deus na cidade de São Paulo.

O momento é oportuno para fazermos memória do tempo recente, no qual a Igreja Particular de São Paulo, toda ela, se colocou à escuta orante do que o Espírito Santo diz a ela no tempo presente, marcado por uma forte mudança de época.

Assim, fazemos memória do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo, “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, anunciado na solenidade de Corpus Christi de 2017 e celebrado até a solenidade da Anunciação do Senhor de 2023, na qual o nosso Arcebispo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, entregou a todos nós a sua Carta Pastoral e as propostas sinodais a partir do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo.

Sim, fazemos memória do sínodo arquidiocesano, pois este foi um forte ato de fé do povo de Deus e dos seus Pastores que, na guia do Espírito Santo, realizaram uma experiência eclesial de comunhão e participação em favor da vida e missão da Igreja em São Paulo e que culminou com a assembleia sinodal arquidiocesana realizada em 2022 e desdobrada em sete sessões de trabalho, da qual resultou em 118 propostas sinodais arquidiocesanas, para 25 campos pastorais diversos e complementares.

Mas, o sínodo não pode ser considerado como um evento já passado: agora iniciamos o tempo pós-sinodal, voltado para a implementação das propostas e das orientações baseadas no próprio sínodo. O nosso Arcebispo, Dom Odilo, assim nos exorta na sua Carta Pastoral: “Aquilo que vimos, ouvimos e discernimos, deve ajudar a nossa Arquidiocese a ser uma comunidade verdadeiramente sinodal: a caminho, em vez de estagnada; unida, em vez de dividida e dispersa no individualismo; participativa e dinâmica, em vez de centralizadora e clerical; missionária, em vez de fechada em si mesma; misericordiosa e acolhedora diante dos feridos e descartados deste mundo, em vez de insensível e indiferente diante das dores dos irmãos; vibrante de esperança e alegria, em vez de prostrada no desânimo e falta de fé”.

Para que atinjamos este propósito de ser uma Igreja viva, plena de ardor missionário evangelizador, o sínodo arquidiocesano apontou algumas necessidades específicas que já estão sendo respondidas.

A primeira: necessidade da reformulação da estrutra organizacional da Pastoral na Arquidiocese, com o propósito de reorganizar o conjunto do acompanhamento pastoral expressado por um Organograma Pastoral mais compacto e coeso e que tenha como ossatura a eclesiologia de comunhão, participação e missão. Em resposta a esta necessidade, um grupo de trabalho pós-sinodal já elaborou o novo Organograma Pastoral da Arquidiocese, que será apresentado no momento oportuno.

A segunda: necessidade de acompanhar de maneira mais eficaz as paróquias e as organizações e iniciativas de evangelização e pastoral. Em resposta a esta necessidade, a Arquidiocese, a partir desta data, estará configurada pastoralmente, nas Regiões Episcopais, em Decanatos, constituídos por 12 a 15 paróquias.

A terceira: necessidade de dar maior empenho à pastoral dos doentes e da saúde. A resposta foi a criação do Vicariato do cuidado dos enfermos e da saúde.

Outros frutos do sínodo arquidiocesano já estão finalizados ou a caminho da finalização. Grupos de trabalho pós-sinodal se empenharam na formulação do novo Plano de Manutenção econômico-administrativo da Arquidiocese; na elaboração de um Diretório Litúrgico e um Diretório Pastoral para a Arquidiocese.

Dito tudo isto, aqui estamos celebrando o nosso padroeiro, Paulo Apóstolo, e com ele escrevendo e realizando a nossa história como povo de Deus, como Igreja do Senhor, na cidade de São Paulo. O caminho de “comunhão, conversão e renovação missionária” continua e, a cada passo dado, que seja celebrado, festejado, não para fazer publicidade e nem bater palmas de glórias individuais, mas sim para fazer memória, para escrever história, para testemunhar aquilo que o Espírito Santo escreve no coração da Igreja em São Paulo, e para dar graças a Deus pelo vigor da vida e missão da nossa Igreja arquidiocesana.

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