A perseverança na fé

Levar até o fim as boas obras é algo difícil e uma das coisas mais importantes desta vida. As coisas mais importantes que podemos cultivar neste mundo, como o casamento, a vocação, a prática da oração, a educação dos filhos, o cuidado de um doente, a fé e o amor a Jesus Cristo, exigem-nos a virtude da perseverança! 

Para essas coisas, não basta a empolgação do início. É necessária uma fidelidade sempre nova, que não nos deixe à mercê dos bons sentimentos (que vêm e vão), nem das circunstâncias favoráveis (que podem mudar) e nem das facilidades (frequentemente momentâneas). A perseverança nos compromissos assumidos é o que coloca à prova e amadurece o nosso amor. Quanto mais dificuldades encontrarmos, mais amor será necessário para perseverarmos! 

São Josemaría dizia que “começar é de todos; perseverar é de santos”. Para perseverarmos, precisamos estar com as “lâmpadas acesas” por um amor feito não apenas de sentimentos, mas de obras e do esquecimento de si. Porque amou muito, Nossa Senhora perseverou ao lado de Cristo na Cruz. Porque amou muito, Nosso Senhor bebeu o cálice da Paixão até a última gota, até poder dizer “tudo está consumado” (Jo 19,30). Porque nos ama, Deus Pai permanece sempre bom e fiel, e não desistirá de nós. 

Aliás, este é o nosso destino sobre a terra: amar e lutar até o último suspiro. Não podemos desistir! Não podemos dizer “basta”, “jogar a toalha”, ainda que haja épocas muito difíceis. Em certos períodos, sentimos como se tudo corresse bem. Essas fases mais doces são um presente do Senhor, destinado a nos animar e encorajar. Contudo, haverá dificuldades! Será, então, a hora de perseverar por amor até podermos dizer: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7). 

É recomendável que peçamos diariamente a Deus a graça da perseverança final nas boas obras, isto é, o dom de permanecermos até a morte na fé, na esperança, no amor a Jesus Cristo e com um arrependimento sincero de todos os pecados. Pedimos também a Nossa Mãe do Céu que rogue por nós “agora e na hora da nossa morte”. Queremos que a morte nos encontre em estado de graça santificante, depois de uma boa Confissão e tendo recebido também, se Deus quiser, a Unção e a Eucaristia. 

O Senhor nos diz: “Qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar?” (Lc 14,28). Calculemos: temos material suficiente para chegar a pôr a “pedra final” de nossa vida? Oramos, exercitamos a paciência e a perseverança nas coisas pequenas? Vivemos pensando apenas neste mundo ou lembramos que nossas escolhas daqui terão implicações eternas? O que nos tem dificultado perseverar na fé, no amor e nos compromissos assumidos? Coisas, pessoas ou vícios? O que nos leva ao desânimo e à inconstância? 

Para perseverarmos, vale sempre nos lembrarmos do Céu! Tudo nesta vida passa, mas a fidelidade a Deus e a perseverança nos compromissos assumidos darão frutos eternos! 

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