Anunciar ao mundo a boa nova da salvação

Na terça-feira, 25, o nome do Cardeal Odilo Pedro Scherer foi confirmado entre os membros do Dicastério para Evangelização, na Seção para Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo. Desde 2010, o Arcebispo de São Paulo faz parte deste organismo da Santa Sé, que em sua antiga configuração tinha o nome de Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, criado pelo Papa Bento XVI naquele mesmo ano.

Com a recente reforma da Cúria Romana, promulgada pela Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, o Papa Francisco uniu esse conselho e a Congregação para Evangelização dos Povos ­– a famosa Propaganda Fide (propagação da fé), fundada há 400 anos – para criar o novo Dicastério, agora, chefiado pelo próprio Romano Pontífice, aquele que, como sucessor de Pedro, tem, a responsabilidade primária do cumprimento do mandato apostólico de Jesus.  

O nome dessa nova seção do dicastério nos provoca uma reflexão: quais são as questões fundamentais para a evangelização no mundo?

Na exortação apostólica Evangelii nuntiandi (1975), São Paulo VI afirma que evangelizar “é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade”. Anos mais tarde, São João Paulo II, na exortação apostólica Redemptoris missio (1990), sublinha que “toda pessoa tem o direito de ouvir a ‘boa nova’ de Deus que se revela e se dá em Cristo, para realizar plenamente a sua própria vocação”.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), enfatiza os motivos da evangelização a partir das palavras de São Paulo: “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2,4) e acrescenta que a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro de seu anseio, levando-lhes a mesma verdade. Ela tem de ser missionária porque crê no projeto universal de salvação” (CIC §851).

Na Sagrada Escritura, lemos que os apóstolos, movidos pelo Espírito, convidavam todos a mudar de vida, a converter-se e a receber o Batismo. Desde o início do Cristianismo, o Evangelho é anunciado a todas as pessoas, para que acreditem e se tornem discípulos de Cristo e membros da sua Igreja. O espírito cristão foi sempre animado pela paixão de conduzir toda a humanidade a Cristo na Igreja.

A Constituição dogmática Lumen gentium salienta que a Igreja é instrumento, “gérmen e início” do Reino de Deus, que não é uma meta puramente humana ou ideológica, mas a presença de Deus na história, que traz em si também o verdadeiro futuro, aquele definitivo no qual Ele será “tudo em todos” (cf. 1 Cor 15, 28). O Reino de Deus não é uma realidade genérica. É, acima de tudo, uma pessoa, tem o rosto e o nome de Jesus Cristo.

É fato que a evangelização não se realiza apenas da pregação pública do Evangelho, mas também por meio do testemunho pessoal de cada cristão. Contudo, para testemunhar Jesus Cristo, é preciso conhecê-lo, amá-lo e segui-lo. Isso se dá por meio de uma boa catequese sobre as verdades da fé, a escuta atenta da Palavra de Deus, a vivência dos sacramentos, a busca da santidade e a luta contra o pecado.

A missão evangelizadora, portanto, não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo vivo e ressuscitou, vivo e presente no meio de nós para nos salvar. 

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